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    PRF afasta agentes que estavam em abordagem no caso da “câmara de gás” em SE

    Genivaldo de Jesus Santos morreu asfixiado ao ser preso no porta-malas do carro com gases em seu interior

    André Rosada CNN , São Paulo

    Os agentes da PRF (Políca Rodoviária Federal) que estavam na abordagem na cidade de Umbaúba, em Sergipe, na quarta-feira (25), que terminou com a morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, foram afastados nesta quinta-feira (26). Vídeos compartilhados em redes sociais mostram o carro da PRF sendo usado como uma “câmara de gás” com a vítima presa no porta-malas.

    “A PRF instaurou processo disciplinar para elucidar os fatos e os agentes envolvidos foram afastados das atividades de policiamento. A instituição reforça seu compromisso com a transparência e isenção, valores que sempre pautaram sua atuação em 93 anos de história”, informou a corporação na nota.

    Em seu perfil oficial no Twitter, o ministro de Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse que determinou a abertura de inquérito pela Polícia Federal e na PRF para apurar o caso.

    https://twitter.com/andersongtorres/status/1529938447972155413?s=20&t=IEbYSIo-tbf_ztY-0wBb2w

    Também nesta quinta-feira, pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que “execução ninguém admite”.

    “Eu vou me inteirar com a PRF. O que eu vi há duas semanas, aqueles dois policiais executados por um marginal que tava, ele tava andando lá no Ceará. Eles foram negociar com ele, o cara tomou a arma dele e matou os dois, talvez isso, nesse caso que não tomei conhecimento ainda, tivesse na cabeça dele”, afirmou Bolsonaro.

    Genivaldo sofria de distúrbios mentais, segundo relatos de familiares. O laudo inicial do Instituto Médico Legal confirmou o óbito por asfixia e insuficiência respiratória. As polícias Civil e Federal investigam o caso.

    “Foi dada a ordem de parada, ele parou, botou a moto no descanso e atendeu todos os comandos. O policial pediu pra ele levantar a camisa, ele fez e falou que estava com o remédio no bolso e com a receita médica indicando que ele tem problemas mentais, foi quando o policial chamou reforço”, relatou Wallyson de Jesus, sobrinho de Genivaldo.

    O Ministério Público Federal também informou que vai acompanhar as investigações da PF e da Polícia Civil. “[O MPF] também solicitou à Polícia Rodoviária Federal informações sobre processo administrativo instaurado para fins de apuração da abordagem policial. O prazo para os órgãos enviarem resposta ao MPF é de 48 horas”, informou a nota do órgão.

    Abordagem

    O sobrinho da vítima disse que o tio parou para os policiais e chegou a avisar que estava com remédios no bolso.

    “Foi dada a ordem de parada, ele parou, botou a moto no descanso e atendeu todos os comandos. O policial pediu pra ele levantar a camisa, ele fez e falou que estava com o remédio no bolso e com a receita médica indicando que ele tem problemas mentais, foi quando o policial chamou reforço”, relatou.

    Segundo Wallyson, outros dois policiais chegaram e iniciaram o que o sobrinho chamou de “sessão de tortura.”

    “Pegaram ele pelos braços e pelas pernas. Quiseram colocar algemas nos pé dele, mas não coube e pegaram uma fita lá dentro e amarraram nele. Começaram a pisar nele e depois de tudo isso ocorrido, eles pegaram meu tio, colocaram na viatura e colocaram uma granada daquela de gás”, relata o sobrinho da vítima.

    As imagens mostram dois policiais segurando Genivaldo dentro da viatura, com as pernas pra fora.

    De acordo com o depoimento de Wallyson, as pessoas que estavam próximas disseram aos policiais que Genivaldo tinha problemas de saúde.

    “A viatura cheia de gás lacrimogêneo lá dentro e ele no porta malas, foi quando a população não aguentou que estava todo mundo vendo aquilo e começaram a gravar”, disse o sobrinho.

    (Publicado por Carolina Farias)

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