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    Previsão indica mais chuva e risco de novos deslizamentos em Petrópolis (RJ)

    Chuva na região serrana do Rio de Janeiro deve continuar até pelo menos segunda-feira e pode ser intensa, segundo meteorologista do Inmet; cidades mineiras também correm risco

    Iuri Corsinida CNN

    A previsão do tempo para este fim de semana em Petrópolis indica mais chuva nas próximas horas. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a Zona da Mata e o sul/sudoeste de Minas Gerais e a região da serra do Rio de Janeiro estão sob “grande perigo”, com possibilidade de chuvas superiores a 60 mm/h ou acima de 100 mm/dia.

    Isso significa, segundo o alerta do Inmet, “risco de grandes alagamentos e transbordamentos de rios, grandes deslizamentos de encostas, em cidades com tais áreas de risco”, como o município de Petrópolis, onde já chove desde a tarde de terça-feira (15) e ao menos 146 pessoas já morreram devido a alagamentos e deslizamentos.

    “Essa chuva em Petrópolis não deve cessar e deve continuar até pelo menos segunda-feira, com risco de chuvas intensas”, alertou o chefe de meteorologia do Inmet, Francisco de Assis. “Mesmo que as chuvas sejam de 30 a 40 mm por dia, elas podem causar muitos transtornos, pois o solo ainda está muito úmido na região.”

    Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), em sua previsão de riscos geo-hidrológicos para este sábado, “permanece muito alta a possibilidade de ocorrência de eventos de movimentos de massa na Região Serrana do Rio de Janeiro, especialmente em Petrópolis”. Ainda conforme o documento, “os elevados acumulados de precipitação nas últimas 72 horas e nas últimas semanas” colaboram para o quadro de risco.

    Ainda de acordo com o Cemaden, devido à continuidade de chuva, é alta a possibilidade de novas ocorrências de inundações e enxurradas principalmente nos rios São Francisco, mas também na Região Serrana do Rio, centro, norte, Noroeste e Baixada Fluminense do estado, bem como no Norte de Minas e Zona da Mata mineira.

    O coordenador do Cemaden, o meteorologista Marcelo Seluchi, afirmou à CNN que a chuva em Petrópolis na terça-feira (15) foi a maior registrada na história da cidade. Os registros começaram a ser feitos em 1932. Em apenas seis horas foram registrados 260 mm de chuva  —a maior parte, 230 mm, em três horas. Foi mais do que o esperado para o mês inteiro para a cidade.

    Quinto dia de buscas

    O quinto dia de buscas por vítimas da tragédia em  Petrópolis foi prejudicado pela ocorrência de mais chuva. Neste sábado (19), sirenes alertaram para a possibilidade de chuva forte e dois avisos foram enviados por SMS e em grupos de comunicação com os moradores para informar sobre a formação de núcleos de chuva. Pelo menos 12 vias foram totalmente interditadas. Outras oito ruas tiveram interdições parciais.

    Durante toda a tarde, a cidade ficou coberta por uma forte serração. As condições climáticas causaram a interrupção das buscas do Corpo de Bombeiros no Morro da Oficina, um dos locais mais afetados na tragédia.

    Em entrevista à CNN neste sábado (19), o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo (PSB), afirmou que existem áreas de risco em quase toda a cidade e que a constituição dos terrenos propicia desastres em decorrência de chuvas.

    “Existem áreas de risco em quase toda a cidade. Uma cidade de 300 mil habitantes… Terreno extremamente acidentado, a gente tem algumas características de terreno que também não favorecem”, disse o prefeito.

    Corpo de Bombeiros trabalha nas buscas de pelo menos 191 desaparecidos. Segundo Bomtempo, o trabalho é desafiador. “Difícil acesso: esse é o grande problema. São comunidades, na sua grande maioria. As casas que desabaram estavam na beira da rua, e isso acaba dificultando muito o acesso e os trabalhos dos bombeiros.”

     

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