Preparador de time peruano que imitou macaco é condenado por racismo em SP
Membro da equipe do Universitário, Sebastian Avellino Vargas, fez gestos racistas contra torcedores do Corinthians
A Justiça de São Paulo condenou o preparador físico do time peruano Universitário, Sebastian Avellino Vargas, por fazer gestos racistas para torcedores durante um jogo do time peruano contra o Corinthians, em Itaquera, na zona leste de São Paulo, em julho deste ano.
Na sentença, proferida no começo deste mês, o juízo da 29ª Vara Criminal da Barra Funda estabeleceu que Vargas pague dois salários mínimos a uma entidade de destinação social. Ele não ficará detido.
“Como explicar para uma criança preta ou parda o significado daqueles gestos? A imagem perdurou e ultrapassou as fronteiras do campo. Não se tratava de gesto para ‘um grupo de torcedores’, mas sim gesto de desprezo contra o ser humano”, afirmou o magistrado Antonio Maria Patiño Zorz na decisão.
Sebastián, que é uruguaio, chegou a ser preso em flagrante após a derrota do Universitário para o Corinthians, por 1 a 0, na Neo Química Arena, no dia 11 de julho deste ano. Testemunhas que acompanharam o caso no Juizado Especial Criminal (Jecrim) afirmaram que ele imitou um macaco em direção aos corintianos ao final do jogo. Após audiência de custódia, alguns dias depois do jogo, a Justiça determinou sua prisão preventiva.
Para o Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância (GECRADI) do Ministério Público, que fez a denúncia, a conduta do uruguaio depreciou e inferiorizou a coletividade de pessoas pretas e pardas ao associá-la a um animal irracional.
Na época, o clube Universitário criticou a detenção e afirmou que “Sebastián Avellino tem sido tratado como delinquente no Brasil”. O clube classificou a decisão como “arbitrária”, disse que torcedores do Corinthians ofenderam seus jogadores e afirmou “rechaçar qualquer tipo de discriminação”.