Prefeitura do Rio de Janeiro adia decisão sobre desfiles na Sapucaí
Assunto será abordado na próxima reunião do Comitê Científico, prevista para 24 de janeiro
O Comitê Científico de Enfrentamento à Covid-19, que assessora a Prefeitura do Rio de Janeiro no combate à pandemia, adiou qualquer decisão sobre os desfiles de carnaval da Marquês de Sapucaí.
O órgão se reuniu nesta quarta-feira (12), e seus integrantes preferiram aguardar um cenário epidemiológico mais claro para tomar qualquer decisão.
Até o momento, os desfiles do Grupo Especial e da Série Ouro, no fim de fevereiro, estão confirmados. O órgão volta a se reunir no próximo dia 24, para quando é esperada uma recomendação oficial ao município, uma vez que o colegiado é consultivo e, portanto, embora seja formado por técnicos, não tem poder decisório.
Os especialistas defenderam ainda a retomada do uso de máscaras de proteção facial em locais abertos, principalmente em locais onde haja aglomeração. O uso do acessório era obrigatório até o dia 26 de outubro, quando 65% da população carioca atingiu o que era, naquele momento, esquema vacinal completo: duas doses.
Professor da UFRJ, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e integrante do colegiado, Alberto Chebabo explica que a medida tem a ver com a expansão da variante Ômicron, linhagem considerada de preocupação pela Organização Mundial da Saúde. Ela já responde por 98,2% dos casos no Rio de Janeiro, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
“Estamos recomendando que esse equipamento de proteção individual volte a ser usado no dia a dia pelos cariocas. É uma recomendação de cuidado, para proteção. Estamos esperando que essa onda será bem forte e intensa, explosiva. E, por isso, mas mais curta. Não deve durar tanto quanto a da Delta”, afirma.
O comitê recomendou ainda a manutenção do plano de volta às aulas da rede municipal, previsto para ocorrer no dia sete de fevereiro (segunda-feira), e reforçou a urgência de iniciar a vacinação do público de cinco a 11 anos.
“Iniciar a vacinação das crianças avocando a confiança que seus pais e responsáveis têm no Programa de Vacinação Brasileiro deixando evidente que, ao longo de décadas, a mortalidade infantil vem sendo clara e positivamente impactada pela vacinação.
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Mensagem “Vacina Já” foi projetada em diferentes idiomas durante a virada em Copacabana, no Rio de Janeiro; também foram projetadas homenagens para a primeira enfermeira a ser vacinada no país, Mônica Calazans, e para Lucas Meireles, de 12 anos, primeira criança vacinada no Brasil • Divulgação
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Mensagem “Vacina Já” foi projetada em diferentes idiomas durante a virada em Copacabana, no Rio de Janeiro; também foram projetadas homenagens para a primeira enfermeira a ser vacinada no país, Mônica Calazans, e para Lucas Meireles, de 12 anos, primeira criança vacinada no Brasil • Divulgação
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Mensagem “Vacina Já” foi projetada em diferentes idiomas durante a virada em Copacabana, no Rio de Janeiro; também foram projetadas homenagens para a primeira enfermeira a ser vacinada no país, Mônica Calazans, e para Lucas Meireles, de 12 anos, primeira criança vacinada no Brasil • Mensagem “Vacina Já” foi projetada em diferentes idiomas durante a virada em Copacabana, no Rio de Janeiro; também foram projetadas homenagens para a primeira enfermeira a ser vacinada no país, Mônica Calazans, e para Lucas Meireles, de 12 anos, primeira criança vacinada no Brasil
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Mensagem “Vacina Já” foi projetada em diferentes idiomas durante a virada em Copacabana, no Rio de Janeiro; também foram projetadas homenagens para a primeira enfermeira a ser vacinada no país, Mônica Calazans, e para Lucas Meireles, de 12 anos, primeira criança vacinada no Brasil • Divulgação
O CEEC recomenda – fortemente – que a SMS/RJ articule órgãos colegiados, como por exemplo Conasems e Conass, e sociedades médicas de saúde pública no sentido de envidar esforços junto ao Ministério da Saúde para a aquisição e distribuição da maior quantidade de vacinas para as crianças brasileiras”, diz um trecho da ata divulgada.
De acordo com a SMS, a campanha começará na segunda-feira (17), para meninas de 11 anos. Será aplicado o imunizante da Pfizer, o único autorizado para esse público pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O documento aponta ainda que, dos pacientes internados, a incidência de óbitos é 30 vezes maior entre os não vacinados. “Neste sentido, é imperativo que a prioridade da SMS seja vacinar, buscando a melhor cobertura possível, com dose um, dose dois e, sobretudo, dose de reforço”, conclui.
Também foi recomendado que os pacientes com diagnóstico de Covid-19 e com sintomas aguardem o intervalo de 30 dias para completar o esquema vacinal, ou para o início dele, caso não tenha recebido nenhuma dose até o momento.
A recomendação ocorre em um momento no qual a taxa de positividade de testes de Covid-19, realizados no município, é de 50%, de acordo com a plataforma de monitoramento on-line da SMS, pelo Painel Rio Covid-19.
Carnaval segue indefinido
Presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), responsável pela organização desfiles das 12 agremiações do Grupo Especial, Jorge Perlingeiro entendeu como adequada a decisão do Comitê Científico.
“Parece melhor esperar chegar mais próximo, ter um cenário epidemiológico mais claro, para decidir o que fazer. O que eu posso dizer é que a liga está se organizando para cumprir todos os critérios sanitários que forem definidos, para a realização do carnaval”, afirmou.
A atual campeã do carnaval do Rio de Janeiro é a Unidos do Viradouro, de Niterói. O Grupo Especial se apresentará no domingo (27) e na segunda-feira (28) de fevereiro.