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    Prefeitura deve indenizar pacientes infectados em mutirão de catarata no RN

    Dos 20 operados no primeiro dia da ação, 15 desenvolveram endoftalmite e nove pessoas perderam o globo ocular

    Gabriela Bentocolaboração para a CNN

    A Prefeitura de Parelhas será obrigada a indenizar os pacientes infectados durante um mutirão de cirurgias de catarata realizado no dia 27 de setembro deste ano. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (18) pela promotora Ana Jovina de Oliveira Ferreira, do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN). Um inquérito foi aberto para investigar o caso.

    Segundo o Ministério Público do Rio Grande do Norte, as evidências coletadas até o momento indicam falhas nos processos de higienização e esterilização no centro cirúrgico.

    Nesta sexta, a promotora Ana Jovina destacou que, mesmo com a investigação em andamento, já é possível concluir que o município tem responsabilidade civil objetiva e, portanto, deve indenizar os pacientes afetados.

    Na quinta-feira (17), a Prefeitura de Parelhas atualizou o estado de saúde dos pacientes que participaram da ação. Dos 20 operados no primeiro dia do mutirão, 15 desenvolveram endoftalmite, uma infecção ocular causada pela bactéria enterobacter cloacae. Como resultado da contaminação, nove pessoas perderam o globo ocular.

    A CNN procurou a Prefeitura de Parelhas e aguarda um posicionamento sobre as afirmações da promotoria.

    Ainda ontem, a administração municipal promoveu reuniões com pacientes, familiares e o advogado que os representa, buscando esclarecer o andamento do inquérito.

    Uma nova reunião com o Ministério Público também foi realizada para discutir os avanços nas investigações, e as oitivas devem continuar nos próximos dias. Além disso, a prefeitura informou que está em contato com os pacientes para tratar da aquisição de próteses oculares.

    De acordo com a prefeitura, um relatório parcial sobre as investigações em andamento será enviado ao Ministério Público do Rio Grande do Norte até o final desta sexta-feira (18). O inquérito civil permanece em sigilo até que todas as partes sejam ouvidas.

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