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    Prefeitura de SP manterá contratos com empresas investigadas por elo com PCC até comprovação de fraudes

    Ricardo Nunes explica que quebra contratual acontecerá caso a Justiça ou os interventores atestem as irregularidades apontadas na Operação Fim da Linha

    Ricardo Nunes fala sobre desdobramentos da Operação Fim da Linha durante agenda no Centro de São Paulo
    Ricardo Nunes fala sobre desdobramentos da Operação Fim da Linha durante agenda no Centro de São Paulo Reprodução/ CNN

    Da CNN

    Em entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira (10), durante anúncio sobre o jogo da NFL em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) falou sobre a Operação Fim da Linha, deflagrada ontem (9). A ação do Ministério Público investiga as empresas Transwolff e Upbus, que operam linhas municipais e são apontadas como intermediárias para lavagem de dinheiro proveniente do crime organizado. Mesmo com as investigações, Nunes confirma que vai manter o contrato com as companhias.

    “Do ponto de vista de cumprimento do contrato, que foi feito de uma licitação e assinado em 2019, as empresas vão cumprindo. Tem algum problema, elas são multadas, tudo dentro da questão contratual. A questão da área criminal cabe ao Ministério Público e à Polícia Civil. Não cabe à Prefeitura saber se a pessoa comete algum ilícito, se é traficante ou se pertence à organização criminosa, não temos condição de fazer essa análise”, afirma Nunes.

    O chefe do executivo ainda relata que pode haver uma quebra de contrato caso seja identificada alguma irregularidade durante a intervenção municipal nas companhias ou se a Justiça comprovar a fraude.

    “Se existe alguma ligação com o crime, é o Ministério Público e a Polícia Civil que vai levar isso ao judiciário. Uma vez detectado que existe essa confirmação, é natural e automático o cancelamento do contrato. O que tem hoje é uma cooperação para que as investigações avancem e que sejam concluídas”, relata o prefeito.

    Ele ainda declara que espera que o Ministério Público aja de forma rápida: “essa história de PCC tem anos e anos e até hoje não houve uma condenação”.

    O prefeito ainda destaca a quantidade de funcionários contratados pelas empresas. São 4.049 trabalhadores na Transwolff e 565 na Upbus. Ao todo, são 1.300 ônibus que operam na cidade de São Paulo.

    “Se manter o contrato ou se mudar o contrato, a gente vai garantir o pagamento, são muitas pessoas trabalhando que dependem daquele valor para sustentar suas famílias”, afirma.

    Nunes contou que foi até a garagem da Transwolff na noite de terça-feira (9) para dar apoio aos interventores. Com a investigação, a Justiça determinou que a Prefeitura intervisse na companhia e o chefe do executivo decidiu intervir também na Upbus.

    “Os interventores vão fazer a administração e a gestão geral das empresas. Passa a ser da Prefeitura de São Paulo a administração e a gestão: recebimento, pagamento, contratação, demissão… A gestão deixa de ser da empresa concessionária e, nesse momento, a gestão total e plena é da Prefeitura através de seus interventores”, explica o prefeito Ricardo Nunes.

    (Publicado por Duda Cambraia. Com informações de Muriel Porfiro)