Prefeito de Angra pede desligamento de usinas; estatal diz que não há comprometimento
Acesso às usinas está bloqueado devido a barreiras em estradas após fortes chuvas; Eletronuclear diz que plano de emergência não foi afetado
O prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão (MDB), afirmou em um vídeo publicado nas redes sociais neste domingo (3) que pediu o desligamento das usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2 após as fortes chuvas que atingiram o Rio de Janeiro.
A publicação afirma que, devido às chuvas e deslizamentos, a rodovia Rio-Santos está com uma série de barreiras, o que deixou o município ilhado. “Em caso de necessidade, não teremos como colocar em prática o plano de emergência enquanto as principais vias de acesso ao município estiverem interditadas”.
Segundo o prefeito, o pedido será feito para a Eletronuclear, empresa estatal responsável pela administração das usinas nucleares brasileiras.
Jordão disse ainda que entrou em contato com o atual ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, para pedir que a atual empresa responsável pela rodovia elimine as barreiras.
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Em nota, a Eletronuclear afirmou que o Plano de Emergência Externo (PEE) para a central nuclear de Angra dos Reis não foi comprometido com as barreiras nas estradas.
“Primeiramente, é preciso explicar que, se fosse necessária, a evacuação de trabalhadores da empresa e da população seria feita pela BR-101 RJ Sul, tanto no sentido de Angra dos Reis quanto no de Paraty. Acontece que as obstruções verificadas nessa estrada estão fora das Zonas de Planejamento de Emergência (ZPE) previstas no PEE”, diz a nota.
De acordo com a estatal, “a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) – órgão regulador e fiscalizador do setor nuclear brasileiro – emitiu nota afirmando que ‘apesar da situação decorrente das condições meteorológicas na região de Angra dos Reis, até o presente momento não há comprometimento das vias de acesso do entorno da central que pudessem impactar na execução do Plano de Emergência'”.
A Eletronuclear ressaltou que as usinas de Angra 1 e Angra 2 estão operando normalmente e em plena capacidade, gerando energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN).
A Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) afirmou que, se houver qualquer situação que inviabilize a execução do PEE, caberia considerar o desligamento das usinas.
“Entretanto, apesar da situação decorrente das condições meteorológicas na região de Angra dos Reis, até o presente momento não há comprometimento das vias de acesso do entorno da Central, que pudessem impactar na execução do Plano de Emergência”, disse a CNEN, que continua monitorando a situação.
De acordo com a Defesa Civil Nacional, na tarde deste domingo, há 12 pontos de interdição na BR-101, na localidade do Rio de Janeiro, sendo dez deles por deslizamento de terra nas rodovias. Já na parte da rodovia que fica no estado de São Paulo, são 11 pontos de interdição.