Precisamos de protocolos contra atos de violência nas escolas, diz especialista
À CNN Rádio, a advogada especialista em justiça restaurativa Cleo Garcia afirmou que solução para ataques como o ocorrido em escola de São Paulo não é simples
Esta segunda-feira (3) marca uma semana desde o ataque a facas na escola Thomazia Montoro, em São Paulo, que terminou com uma professora morta e quatro pessoas feridas por um adolescente de 13 anos.
À CNN Rádio, a advogada especialista em justiça restaurativa Cleo Garcia afirmou que atos como esse são fruto de “uma sociedade polarizada e adoecida com discursos de ódio.”
Na avaliação dela, “não há uma solução simples ou rápida” para este tipo de violência.
“Vai depender de construção com a sociedade e poder público”, disse.
A especialista lembrou que “tanto escolas, quanto famílias não têm rede de apoio ou protocolos para este tipo de evento.”
“Começando pelas redes sociais, qual é a regulação ou responsabilização?”, questionou.
“Hoje assuntos como confecção de bombas caseiras, armas de fogo, como efetuar facadas, assuntos perigosíssimos, são de fácil acesso.”
Para Cleo Garcia, as escolas também não têm preparo suficiente, já que “a capacitação de docentes ainda é precária.”
Da mesma forma “a família não tem onde procurar apoio, não há rede de saúde mental.”
“Quando falamos de protocolos, tem a ver com políticas públicas, ainda não temos caminho delineado”, opinou.
Segundo ela, o debate sobre redução da maioridade penal “é uma solução simplista”, pois a punição na cadeia não conta com reeducação e apoio social para retirada da vida do crime.
“Voltamos àquela máxima: queremos justiça ou vingança?”, indagou.
A advogada, que é mestranda pela Unicamp com pesquisa sobre Ataques de Extrema Violência à Escolas, afirmou que o Ministério da Educação entrou em contato para trabalhar em “uma agenda para enfrentar a violência, promovendo convivência democrática.”
*Com produção de Isabel Campos