Praia em Florianópolis (SC) é a mais poluída do Brasil, aponta estudo
Estudo evidenciou a presença de plástico ao longo de todas as mais de 300 praias analisadas no litoral do país
A praia de Pântano do Sul, no sul de Florianópolis, em Santa Catarina, apresentou os maiores níveis de contaminação do país, de acordo com uma pesquisa da ONG Sea Shepherd Brasil, que mapeou a poluição por plásticos nas praias do Brasil.
A pesquisa divulgada na última quinta-feira (19) foi realizada em parceria com o Instituto Oceanográfico da USP a partir de uma expedição que durou 16 meses e cobriu mais de 7.000 km da costa. O resultado evidenciou a onipresença do plástico ao longo de todo o litoral do país.
As informações coletadas apontam que as cidades do Sul e Sudeste estão entre as mais impactadas. Em São Vicente, por exemplo, foram encontrados 10 resíduos por metro quadrado nas praias. Em Mongaguá, foram encontrados 83 fragmentos de microplástico por metro quadrado.
A expedição percorreu 201 municípios brasileiros, do Chuí ao Oiapoque, e analisou 156.600 m², uma área equivalente a 22 campos de futebol, para mapear os resíduos marinhos, segundo a ONG Sea Shepherd Brasil.
A partir das análises foi possível observar que 100% das praias do Brasil contêm resíduos plásticos, e microplásticos foram encontrados em 97% delas. Do total de resíduos, 91% são plásticos, sendo 61% itens descartáveis, como tampas de garrafa.
Ao todo foram 306 praias analisadas e nelas foram encontrados 16 mil fragmentos de microplástico e 72 mil macrorresíduos. Em média, as praias brasileiras contêm 4,5 microplásticos por metro quadrado e 0,5 macrorresíduo por metro quadrado, ou seja, 1 resíduo a cada 2 metros quadrados, explicou a Sea Shepherd Brasil.
Outro dado ressaltado pela ONG foi que entre os macrorresíduos, o maior volume foi de bitucas de cigarro. O estudo também revelou que as praias mais isoladas e protegidas, como áreas de proteção integral, estão entre as mais afetadas por resíduos plásticos de uso único.
“Pretendemos que os resultados do projeto não somente choquem, mas provoquem a ação, trazendo à tona a necessidade de políticas públicas e de uma mudança na cultura de consumo de plástico no Brasil.”, afirmou Nathalie Gil, presidente da Sea Shepherd Brasil.