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    Porto Maravilha entra para a lista dos bairros mais “cool” do mundo; veja fotos

    Região da Saúde, no Rio de Janeiro, foi o destaque brasileiro no ranking da revista Time Out Londres. Local mescla traços coloniais e arte urbana contemporânea

    Camille CoutoStéfano Sallesda CNN , no Rio de Janeiro

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    O bairro da Saúde, localizado na Zona Portuária do Rio de Janeiro, também conhecida como Porto Maravilha, entrou para o ranking dos bairros mais “cool” do mundo.

    A pesquisa anual realizada pela revista Time Out Londres, em 2021, destacou a culinária, lazer, vida noturna, cultura, sustentabilidade, resiliência e comunidade de mais de 49 locais de diversos países. Para isso, foram ouvidos 27 mil moradores das cidades e especialistas que classificaram os pontos mais fortes dos lugares.

    O bairro carioca, bem pertinho do Centro, representou o Brasil, dividindo a lista com Gràcia (Barcelona), Noord (Amsterdam), Chelsea (Nova York), Dublin 8 (Irlanda), entre outros.

    O Largo de São Francisco da Prainha, as ruas de paralelepípedos, os becos com os bares antigos e a marcante arquitetura herdada dos portugueses foram destacados pelos entrevistados como principais atrativos.

    A revista também cita a área revitalizada, na Praça Mauá, onde ficam pontos turísticos como o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio, além do Mural Etnias.

    A combinação entre o Rio antigo preservado e os traços contemporâneos é um alento para quem vive na capital do Rio e já ganhou o coração dos turistas que passam pela região.

    Arte de rua e narrativas sociais

    Outra característica que chama atenção no local são os muros coloridos por artistas urbanos, que vêm ganhando cada vez mais espaço.

    Produzido pelo artista Kobra antes dos Jogos Olímpicos 2016, o mural de 3 mil metros quadrados nas paredes de um antigo armazém na Gamboa, batizado como “Todos Somos Um”, tornou-se o maior grafite já realizado no planeta segundo o Guinness Book, o livro dos recordes, registrou em 2016.

    A arte representa cinco tribos, uma de cada continente: os huli (Oceania), os mursi (África), os kayin (Ásia), os supi (Europa) e os tapajós (Américas), protagonistas da colossal pintura da área do Boulevard Olímpico.

    Nesse mês de outubro, o Porto Maravilha recebe o Distrito de Arte, que busca ressignificar espaços por meio de intervenções artísticas, gerando integração e turismo.

    Nesta primeira fase, o público poderá conferir mais de 11 mil m² de arte em muralismo, grafite e estêncil, lambes e poesia, além de outras modalidades em execução, já que os trabalhos estarão em constante transformação através de projetos que serão lançados em outras etapas.

    A obra “O último dueto”, produzida pelo artista Nadi em homenagem ao samba com os bambas Beth Carvalho e Arlindo Cruz, e o painel feito pela artista Juliana Fervo – que reforçou a liberdade profissional das mulheres tendo como ilustração uma mulher que trabalha no setor petrolífero – ganham evidência.

    Já o trabalho do artista ACME ilustra histórias das comunidades do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo, além do mural com os líderes do movimento negro, realizado com o apoio do Consulado Geral dos EUA no Brasil.

    O mural “Leite Derramado”, expõe a desigualdade social com uma imagem que abre um debate para diversas interpretações e discussões sobre a dinâmica da sociedade desde os tempos coloniais, pelo artista Airá OCrespo.

    O projeto é uma idealização do Núcleo de Ativação Urbana, que explora espaços, territórios e cidades a partir da visão de empreendedorismo, economia criativa, inovação e desenvolvimento social.

    “É uma realização construir um grande corredor cultural que abriga, a céu aberto, diversos murais pintados e grafitados, majoritariamente, por artistas urbanos locais. Com o espaço, queremos promover a economia local, enriquecer culturalmente a comunidade que vive no entorno e transformá-lo num atrativo ponto turístico na cidade”, planeja Hiroshi Shibuya, CEO do Núcleo de Ativação Urbana.

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