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    Por que Roraima foi o único estado não afetado pelo apagão

    Ocorrência na rede de operação do Sistema Interligado Internacional (SIN) provocou um apagão no Distrito Federal e mais 25 estados nesta terça-feira (15)

    Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assinou uma ordem de serviço para conectar Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN)
    Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assinou uma ordem de serviço para conectar Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) PAC / Divulgação

    Da CNN*

    São Paulo

    Veja imagens do apagão desta terça-feira pelo Brasil

    O estado de Roraima, no Norte do país, foi o único que não foi afetado pelo apagão que atingiu o país nesta terça-feira (15). Nesta manhã, uma ocorrência na rede de operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) interrompeu 16 mil megawatts (MW) de carga na abertura da interligação Norte-Sudeste do país, causando um apagão no Distrito Federal e mais 25 estados, segundo informou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

    Segundo o órgão, a falha aconteceu exatamente às 8h31 no horário de Brasília e, em dez minutos, a carga do sistema elétrico brasileiro caiu 25,9%.

    No caso de Roraima, o estado não foi afetado porque não faz parte do SIN. A distribuição de energia elétrica no estado é operada pela Roraima Energia. O estado é o único no país isolado do sistema energético nacional, o SIN.

    Sistema de Roraima

    Na última semana, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assinou uma ordem de serviço para conectar Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN), com a linha de transmissão Manaus-Boa Vista.

    “Serão investidos R$ 2,6 bilhões nas obras, que vão substituir usinas termelétricas e garantir energia confiável, limpa e renovável. Os moradores de Boa Vista e cidades próximas dependem de usinas termelétricas movidas a óleo diesel, gás natural, biomassa e uma pequena central hidrelétrica. A expectativa é de mais de 11 mil empregos diretos e indiretos com as obras, com previsão de serem concluídas em setembro de 2025”, segundo o Planalto.

    Na ocasião, também foi assinado um decreto para ampliar o intercâmbio energético com os países que fazem fronteira com o Brasil – o que vai permitir, por exemplo, a compra de energia da Venezuela. O país forneceu energia ao estado por mais de 18 anos com a usina de Guri, até o serviço ser interrompido em 2019.

    Com o corte do abastecimento, Roraima passou a contar basicamente com usinas térmicas movidas a óleo combustível e a gás natural. O preço da energia chega a R$ 1.100 por megawatt-hora e 46 caminhões-tanque de óleo são necessários por dia para abastecer somente uma dessas usinas, afirmou o ministro.

    A usina de Guri, com 10.200 megawatts (MW) de potência instalada, está entre as dez maiores do mundo. Uma linha de transmissão, que liga Boa Vista ao complexo hidrelétrico, foi inaugurada pelo brasileiro Fernando Henrique Cardoso e pelo venezuelano Hugo Chávez em 2001. Ela pode escoar até 200 MW para Roraima.

    “O decreto vai permitir realizar contratos para a trazer energia limpa e renovável da Venezuela, da usina de Guri, que volta a ter um papel importante para garantir energia barata e sustentável para Roraima e para o Brasil”, informou o ministro Silveira.

    Apagão do dia

    Nesta manhã, os dados que medem o SIN do ONS mostram que o Brasil registrava 73.484,7 MW às 8h30 no horário de Brasília em trajetória de alta – exatamente como acontece todas as manhãs. Mas, no minuto seguinte, às 8h31, a carga do sistema cai repentinamente cerca de 7%.

    A perda de carga continua nos minutos seguintes até às 8h40, quando o sistema registra a menor carga do dia, de 54.383,7 MW.

    Os dados do SIN mostram que houve, em dez minutos, perda de carga de mais de um quarto da energia do sistema. A partir das 8h41, a carga volta a subir gradativamente.

    carga do subsistema Norte caiu 83,8% em pouco mais de dez minutos a partir de 8h31 [horário de Brasília]. No Nordeste, a carga do sistema caiu 44,4%. No subsistema Sudeste-Centro-Oeste, a perda foi de 19% após o apagão e a queda chegou a 15,5% na região Sul – a que menos sofreu com o apagão.

    Veja também: Brasil teve cinco apagões graves nos últimos 24 anos

    *Publicado por Iasmin Paiva