Política Nacional do Meio Ambiente foi marco, mas há retrocesso, diz pesquisadora
PNMA completa 40 anos e, à CNN Rádio, Mercedes Bustamante alertou que ‘tempo perdido’ no retrocesso vai ser cobrado no futuro


A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) completa 40 anos como “um marco histórico”, mas, hoje, há “retrocesso” nos instrumentos de proteção. Esta é a avaliação da pesquisadora da Universidade de Brasília e membro do Centro Consultivo de Crise Climática, Mercedes Bustamante.
Em entrevista à CNN Rádio nesta terça-feira (31), ela disse que a lei foi “um marco histórico” e “bastante inovadora, já que criou mecanismos importantes como o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e abriu o debate no Brasil sobre a preservação ambiental.”
No entanto, ela alerta que “infelizmente, no Brasil, há um retrocesso bastante acentuado”: “A gente inovava [com a PNMA] e hoje vai na direção oposta, enquanto o mundo inteiro está em alerta, vemos um processo de desconstrução da política nacional de mudança do clima, instrumentos estão paralisados.”
Segundo Bustamante, é necessária uma “ação coordenada e discurso claro para que toda a sociedade entenda que o crime ambiental vai ser coibido.”
Isso passa, para ela, pelo governo federal. “Ele precisa exercer esse papel de coordenação, é preciso ter um discurso claro de que a preservação ambiental é um ponto relevante da agenda política e econômica do Brasil, hoje está muito claro que o desenvolvimento econômico vai estar fundamentado na proteção do meio-ambiente.”
Mercedes acredita que há a necessidade também de abrir diálogos com a comunidade científica – e o quanto antes. “O tempo perdido vai ser cobrado no futuro de uma forma muito dura para a sociedade brasileira.”
*Com produção de Bel Campos