Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Policial militar agride pais de criança de 3 anos em hospital na Barra da Tijuca

    Os pais queriam tirar a criança do local para evitar que uma cirurgia fosse realizada sem o raio-X; a discussão terminou com socos, chutes e até puxão de cabelo

    Bruna Gaviolida CNN , no Rio de Janeiro

    Um policial militar agrediu um casal no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Francisco Borges e sua esposa Viviane Magalhães tinham ido ao hospital levar o filho, que parecia ter quebrado o fêmur depois de cair de uma escada, já que a criança se queixava de muitas dores.

    De acordo com o pai, ao chegarem na unidade de saúde, o menino precisou fazer um exame de raio-X. Com o resultado em mãos, Francisco procurou os médicos para entregá-lo, mas não os encontrou. Os profissionais de saúde estavam fazendo uma ronda para atender os pacientes internados. Sendo assim, ele deixou a radiografia em uma sala com os enfermeiros e o exame sumiu.

    “Quando eu estava deixando a sala onde eu estava conversando com os médicos, surgiu um policial militar. Ele apareceu com uma camisa verde e começou a me agredir com o meu filho no colo. Nisso, a minha mulher tirou o meu filho dos meus braços e ele me bateu muito. Eu estava lá sentado esperando atendimento, aí ele entrelaçou as algemas, colocou minha mão para trás e apertou com bastante força, pressionando meu pulso. Até hoje, eu sinto dor. Minha mão ficou bastante inchada, quando eu saí da delegacia, fui direto para o hospital. Meu filho não precisou fazer a tal cirurgia no dia seguinte quando fez o exame. O outro médico de plantão viu que não precisava. A perna dele foi alinhada, e agora, ele está engessado”, desabafou Francisco.

    Questionado sobre a demora do boletim de ocorrência, ele informou que a polícia não estava permitindo a realização no dia pois, informou que já havia um inquérito em andamento, Ele só conseguiu dar andamento no processo, graças ajuda do advogado da sua patroa.

    O que dizem os citados:

    De acordo com a 16ª DP (Barra da Tijuca), as vítimas foram ouvidas e encaminhadas para exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML). O autor foi identificado e o caso vai ser enviado para a Justiça Militar para seguir com a investigação. A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que a Corregedoria Geral da Corporação, através da 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), já tomou ciência do fato e instaurou um procedimento apuratório interno sobre o caso.

    Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde, responsável pelo Hospital Municipal Lourenço Jorge, informa que “a unidade não tem gestão sobre o policial militar, que não atua na unidade e estava de passagem, acompanhando um paciente custodiado, quando se envolveu na situação. Questionamentos sobre a conduta do agente devem ser encaminhados ao comando da Polícia Militar. A direção da unidade repudia qualquer ato de violência e está à disposição da autoridade policial para auxiliar no que for solicitado na apuração dos fatos.

    A direção esclarece que a criança estava sendo atendida e que não procede que o raio-x tenha sido perdido. O paciente tinha indicação de internação para cirurgia ortopédica, diagnóstico não aceito pelos pais, que iniciaram discussão com os profissionais.

    O menino foi internado naquela noite (08/04) e, na manhã seguinte, com termo de consentimento assinado pela parente que o acompanhava na unidade, foi sedado e submetido ao procedimento de redução da fratura de fêmur. Trata-se de procedimento realizado sob sedação, para posicionamento do osso fraturado. Posteriormente é feita a imobilização, para estabilização do osso até a calcificação. O paciente recebeu alta e, depois de 15 dias, deve retornar para ser reavaliado, quando os médicos decidirão se será necessário um segundo procedimento, com cirurgia aberta”.

    Tópicos