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    Policial civil suspeito de fraudar seguros de veículos é preso no Rio

    Investigação também apura crimes de associação criminosa, peculato e inserções de informações falsas em base de dados da polícia

    Rafael Saldanhada CNN

    Um policial civil, suspeito de participar de esquema de fraudes em seguros de veículos, foi preso pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) nesta quinta-feira (1).

    A prisão foi realizada durante a Operação Lástima, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado com a 4ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do MPRJ.

    A ação cumpre dois mandados de prisão e quatro de busca e apreensão nas cidades de Niterói, Benfica e Barra do Piraí, todas no Rio de Janeiro. A identidade do policial detido não foi revelada.

    A investigação apura os crimes de associação criminosa, fraude para recebimento de valor de seguro, peculato, desvio e inserção de dados falsos no sistema da Polícia Civil.

    O alvo é um grupo criminoso composto pelo policial preso, lotado no 24° Distrito Policial (Piedade), um empresário do ramo de veículos e um ex-funcionário de uma prestadora de serviços em veículos. O ex-colaborador já administrou o Pátio Legal da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis da Polícia Civil do Rio, segundo os investigadores.

    A ação também contou com a participação da Corregedoria da Polícia Civil fluminense.

    Entenda o esquema

    Segundo o MPRJ, os criminosos recrutavam pessoas com dificuldades financeiras para simularem o roubo de seus carros. O objetivo era conseguir a indenização das seguradoras fazendo falsos registros de roubo dos veículos.

    As investigações apontam que o agente preso registrou 173 ocorrências de roubo de veículos pelo 24° DP em 2023. Isso significa que, dos 471 casos documentados pela delegacia no ano passado, cerca de 37% foram feitos por apenas um policial.

    O MPRJ destaca que o suspeito tinha uma escala de trabalho um dia de ofício e três folgas (24h por 72h) e registrava roubos até mesmo em suas férias.

    O órgão ainda revela que as documentações eram realizadas sem a presença da suposta vítima, inclusive com falsficação de assinatura.

    O policial civil era o responsável por intermediar a negociação ilegal com proprietários de veículos que queriam fazer o “tombo de seguro”. A Corregedoria da Polícia Civil já apurou ao menos quatro falsas comunicações de roubos de carros, em que os proprietários confessaram todo o esquema fraudulento.

    O Ministério Público do estado continua a investigação para identificar a possibilidade de participação de outros membros da polícia no esquema.

    Além disso, ainda não se sabe o que é feito com os veículos. Há indícios de que os carros são desmanchados ou modificados para serem vendidos em leilões.

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