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    “Policial 24 horas por dia”, diz ouvidor sobre PM que negou ajuda a jovem negro

    Segundo a SSP, a policial que aparece nas imagens negando auxílio e chutando um jovem negro que era ameaçado por um homem armado já foi identificada e vai responder criminalmente pela omissão

    PM chuta jovem negro ameaçado em frente à Estação Carandiru, em São Paulo
    PM chuta jovem negro ameaçado em frente à Estação Carandiru, em São Paulo Reprodução

    Bárbara BrambilaDuda Cambraiada CNN

    O vídeo que repercutiu nas redes sociais, veiculado pelo portal Ponte Jornalismo e ao qual a CNN teve acesso, mostra uma policial negando ajuda e agredindo um jovem negro que é ameaçado por um homem armado. Em entrevista à CNN, o ouvidor das polícias de São Paulo, Claudio Aparecido da Silva, explicou o trabalho da ouvidoria no caso da policial militar.

    Segundo Claudio, o procedimento instalado pela ouvidoria tem dois objetivos. O primeiro é encaminhar para a corregedoria as imagens do caso. A partir disso, a corregedoria apura os fatos e avalia a postura da policial naquele momento.

    O segundo é identificar o homem armado. Depois da identificação, o homem será submetido às autoridades policiais. “O homem praticou uma ameaça grave contra aquele jovem e não só contra o jovem, mas ameaçou todos que estavam presentes”, afirma o ouvidor.

    A investigação sobre a policial, que já foi identificada, fica a cargo da corregedoria, que também vai apurar quais regras a PM infringiu. “Ela está submetida a um regulamento que determina que ela é PM com ou sem farda, 24h por dia”, explica Claudio.

    Dever da PM

    O ouvidor das polícias de São Paulo ainda explica o que deveria ter sido feito pela militar dentro do seu dever legal: “Segundo o procedimento operacional padrão, ela deveria proteger a vítima, identificar a vítima e o autor, e encaminhá-los ao distrito policial”.

    Claudio considera a atitude da policial como sendo “muito grave”. “As atitudes dela colocaram em risco muitas pessoas e colocou a instituição Polícia Militar à prova, manchou a imagem da instituição. Com certeza, ela não vai receber uma punição branda”.

    Segundo o ouvidor, existe a possibilidade da profissional ser afastada, mas pela gravidade dos fatos, ela pode sofrer punições mais severas, como a expulsão da corporação. “A inação dela foi muito grave e a própria repercussão do vídeo mostra isso”.

    Vidas em risco

    Durante a entrevista, Claudio reforçou que o caso aconteceu em um local movimentado, na saída do metrô. “Ela deveria ter atuado não só para a proteção do jovem, mas para a proteção de todas as pessoas que estavam ali no local”.

    O ouvidor ainda comenta sobre a gravidade da ameaça: “Uma pessoa naquela condição emocional apontando a arma para as pessoas, poderia inclusive não só ferir aquele jovem, mas como também outros cidadãos presentes”.