Policiais ligados ao “Bonde do Zinho” são alvos de operação no RJ
Ação do MPRJ mira dois policiais civis ligados a maior miliciano do Rio de Janeiro
Uma operação mira dois policiais civis ligados a uma das maiores milícias do Rio de Janeiro, o Bonde do Zinho, na manhã desta quarta-feira (23).
Agentes do Ministério Público e da Polícia Civil do RJ cumprem cinco mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao miliciano Zinho. Ao todo, três suspeitos são investigados.
A investigação apura os crimes de ameaça grilagem, extorsão e outras condutas criminosas na zona Oeste do Rio. Na época dos crimes, os policiais citados eram lotados na 4ª DP (Praça da República) e na Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA).
O MPRJ informou que eles foram depois transferidos para a 35ª DP (Campo Grande) e 10ª DP (Botafogo), respectivamente.
O delito de grilagem significa a prática delituosa de lotear, desmembrar ou fazer propostas sobre terras públicas, sem autorização do órgão competente e em desacordo com a legislação.
A Justiça já deferiu o afastamento cautelar de um dos agentes investigados.
As ordens foram cumpridas em Magalhães Bastos, Bangu, Campo Grande e Jardim Sulacap e foram expedidas pelo Juízo da Vara Criminal Especializada da Capital do Rio de Janeiro.
Na operação, os policiais apreenderam celulares, computadores e documentos que contém cobranças de valores supostamente ligados à milícia.
Além disso, foram apreendidos documentos de imóveis supostamente envolvidos em atividades de grilagem de terras.
O material passará pela perícia. A investigação continua para identificar outros envolvidos com a organização criminosa.
Quem é Zinho
O miliciano Luís Antonio da Silva Braga, conhecido como Zinho, está preso desde 24 de dezembro de 2023, quando se entregou à Polícia Federal.
Com 12 mandados de prisão, ele era considerado o miliciano mais procurado do Rio e estava foragido desde 2018.
À frente da milícia que mais domina áreas da Zona Oeste de Rio, Zinho ascendeu ao posto de chefe da maior milícia do estado do Rio em 2022, com a morte do irmão Wellington da Silva Braga, o Ecko.
O miliciano, que foi um dos responsáveis por expandir os domínios do grupo, foi morto pela polícia em 12 de junho de 2022, na comunidade de Três Pontes, em Paciência, um dos redutos do poder