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    Polícia prende foragidos suspeitos de golpe de R$ 725 milhões contra idosa no RJ

    Falsa vidente e pai foram encontrados na Região dos Lagos; maior parte do valor deriva de obras de artes que pertenciam à vítima

    Pauline AlmeidaThayana Araujo,da CNN , no Rio de Janeiro

    A Polícia Civil prendeu os dois últimos foragidos suspeitos de um golpe de mais de R$ 700 milhões em uma idosa do Rio de Janeiro. A falsa vidente Diana Rosa Stanesco e o pai dela, Slavko Vuletic, foram encontrados nesta terça-feira (16), em Saquarema, cidade da Região dos Lagos fluminense.

    O golpe veio à tona na última quarta-feira (10), quando a filha da vítima, Sabine Bochici, e outras três pessoas de uma família foram presas, todas suspeitas do crime. Diana e Slavko também são integrantes dessa família.

    Sabine teria arquitetado o esquema contra a mãe de 82 anos, viúva do colecionador de arte e marchand Jean Boghici. A Polícia Civil aponta que os R$ 725 milhões levam em conta obras de arte avaliadas em R$ 710 milhões, joias de R$ 6 milhões e R$ 9 milhões em pagamentos bancários.

    Segundo as investigadores, o golpe teve início em 2020, quando a vítima foi abordada ao deixar uma agência bancária, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. Uma mulher que se apresentou como vidente disse que a filha da idosa estaria doente e que morreria em breve.

    A idosa, cuja filha enfrentaria problemas psicológicos desde a adolescência, se convenceu a realizar os pagamentos solicitados para o tratamento espiritual proposto pela vidente.

    Segundo a Polícia Civil, entre os dias 22 de janeiro e 5 de fevereiro de 2020, foram realizadas oito transferências bancárias que ultrapassaram R$ 5 milhões.

    Dias após o início do falso tratamento, a filha começou a isolar a mãe das pessoas de convívio regular. A mulher também dispensou funcionários que prestavam serviços domésticos na casa da idosa.

    O cenário contribuiu para uma série de desconfianças e suspensão do pagamento de valores. Foi após essa decisão que a idosa passou a ser agredida e ameaçada, apontam as investigações. As únicas visitas à residência eram feitas por conhecidos da filha, envolvidos com o crime. Eles também passaram a ameaçá-la. A extorsão se converteu em novas transferências bancárias por parte da vítima.

    Além de dinheiro em espécie e joias, a quadrilha roubou mais de R$ 700 milhões em quadros de artistas como Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti. Ao todo, foram 16 obras. Três delas, avaliadas em mais de R$ 300 milhões, foram recuperadas em uma galeria de arte de São Paulo.

    O proprietário do estabelecimento confirmou que vendeu outras duas para o Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires. A Polícia Civil tenta repatriar as obras.

    Na última sexta-feira, a juíza Ariadne Villela Lopes, da Central de Custódia de Benfica, manteve a prisão temporária de Sabine Boghici e dos outros três suspeitos: Rosa Stanesco Nicolau e Jacqueline Stanesco Gouveia, que também se apresentavam como falsas videntes, e o filho de Rosa, Gabriel Nicolau Traslavina Hafliger.

    A CNN não conseguiu contato com a defesa dos suspeitos.

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