Polícia ouve depoimento de mulher filmada ao ser estuprada em cesariana no Rio
Marido da vítima também foi ouvido nesta sexta-feira (15); delegada foi até escritório do advogado da família para oitivas
A Polícia Civil do Rio ouviu, nesta sexta-feira (15), a mulher que foi filmada enquanto sofria um estupro durante o parto por cesariana, no Hospital da Mulher, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, no último domingo (10). O médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra aparece em um vídeo gravado pela equipe médica estuprando a mulher. O marido da vítima também prestou depoimento. Segundo fontes da Polícia Civil, o casal foi ouvido no escritório do advogado da família pela delegada responsável pelo caso, Bárbara Lomba, e uma policial.
As oitivas eram fundamentais para a conclusão do inquérito, que deve ser feita até a próxima semana, já que Giovanni foi preso em flagrante. A prisão dele foi convertida para preventiva e ele continua preso numa cela isolada em Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste da capital.
Ainda segundo a Polícia, o Hospital da Mãe, em Mesquita, também na Baixada Fluminense, enviou uma lista com o nome de 44 mulheres que foram anestesiadas por Giovanni nos últimos seis meses. Agora os investigadores trabalham para saber se o homem pode ter estuprado mais pacientes.
Nesta sexta-feira, mais uma possível vítima do anestesista se apresentou na Delegacia de Atendimento à Mulher, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, onde o caso foi registrado. A mulher teria chegado de forma espontânea após identificar Giovanni como o anestesista da cirurgia que ela realizou no dia 16 de junho.
O Ministério Público do Estado do Rio denunciou o médico à Justiça, nesta sexta, pelo crime de estupro de vulnerável. De acordo com a denúncia, os crimes em questão foram cometidos contra mulher grávida e com violação do dever inerente à profissão de médico anestesiologista. Para preservar e resguardar a imagem da vítima, o MP requereu sigilo no processo, além de uma indenização em favor da vítima, em valor não inferior a 10 salários mínimos, considerando os prejuízos de ordem moral a ela causados.
A CNN tenta localizar a defesa do anestesista. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, tudo relacionado ao caso está em apuração através da sindicância.