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    Polícia investiga suposto racismo contra Seu Jorge em Porto Alegre

    Cantor foi hostilizado durante apresentação após falar fazer comentários sobre a morte de jovens negros e contra a redução da maioridade penal

    Cantor Seu Jorge durante show em São Paulo em junho de 2022
    Cantor Seu Jorge durante show em São Paulo em junho de 2022 Mauricio Santana/Getty Images

    Bruna OstermannCarolina FigueiredoLéo Lopesda CNN

    A Polícia Civil do Rio Grande do Sul abriu nesta segunda-feira (17) um inquérito para investigar denúncias de racismo contra o cantor Seu Jorge durante um show no clube Grêmio Náutico União, ocorrido na última sexta-feira (14).

    Segundo a delegada Andrea Mattos, os investigadores tiveram acesso a um vídeo em que é possível ouvir ofensas racistas contra o músico. “Eu recebi um vídeo, em que ele teria sido chamado de macaco. (….) Nós recebemos diversas denúncias, de diversas pessoas, além, claro, de tudo que tem nas redes sociais”, relata. O material já está sendo analisado por profissionais da Delegacia de Combate à Intolerância.

    Andrea explica que Seu Jorge não registrou ocorrência, mas a denúncia da vítima não é necessária em casos como este. “Racismo independe da representação da vítima. Ele atinge não só a pessoa, a vítima direta, mas irradia efeito sobre toda coletividade”. Por meio de sua assessoria de imprensa, o cantor disse que não vai se manifestar.

    Nas redes sociais, algumas pessoas contaram que os ataques teriam iniciado quando Seu Jorge falou contra a redução da maioridade penal e das mortes violentas de jovens negros. A resposta da plateia, teria sido com gritos de “vagabundo”, “mito” e uivos imitando macaco. A delegada ainda informou que vai solicitar ao clube vídeos da apresentação, a fim de identificar possíveis responsáveis pelas ofensas racistas.

    Os investigadores também apuram se o caso teve alguma relação com as eleições. Relatos dão conta de que o músico teria feito um “L” com as mãos, antes de deixar o palco. O sinal é utilizado pelos apoiadores do candidato e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que também teria motivado a hostilidade. Por isso, o inquérito poderá ser encaminhado à Polícia Federal.

    Veja a nota enviada pelo clube:

    “O Grêmio Náutico União está apurando internamente os fatos ocorridos em evento realizado no dia 14 de outubro, durante apresentação do cantor Seu Jorge. Se for comprovada a prática de ato racista, os envolvidos serão responsabilizados. Afirmamos que o União, seguindo seu Estatuto e compromisso com associados e sociedade, repudia qualquer tipo de discriminação.

    Ressaltamos que Seu Jorge foi o artista escolhido para realizar show com a presença de associados e não associados do Clube considerando sua representatividade na cultura nacional e pelo reconhecimento internacional, e destacamos nosso respeito ao profissional e a seu trabalho.”