Polícia investiga origem de ataque antissemita durante cerimônia religiosa no RJ
Hackers invadiram conferência virtual da Sinagoga Associação Religiosa Israelita (ARI)


A Polícia Civil do Rio de Janeiro instaurou um inquérito para investigar os ataques antissemitas praticados durante uma cerimônia on-line da Sinagoga Associação Religiosa Israelita (ARI), no último sábado (22). O crime aconteceu durante uma homenagem à ex-diretora do Colégio Eliezer Max, Dora Fraifeld, que faleceu na semana passada.
A transmissão foi interrompida pelos hackers, que passaram a exibir um vídeo pornográfico seguido de imagens de Hitler e símbolos nazistas. Os criminosos ainda exibiram mensagens antissemitas como: “Vamos queimar a ARI (em referência a Associação Religiosa Israelita) e todas as sinagogas” e “Morte aos judeus”. Apesar do susto, os organizadores conseguiram encerrar a reunião virtual e criaram um outro link de acesso para dar continuidade ao evento.
O evento foi organizado pelo Google Meet e o link para acesso compartilhado nas redes sociais da escola e da Associação, o que facilitou a entrada dos invasores ao evento.
De acordo com um comunicado publicado pelo presidente da Federação Israelita Estadual do Rio de Janeiro, Alberto David Klein, na internet, a entidade afirma que vem observando um aumento considerável de ataques antissemitas e reforça a necessidade de a sociedade aceitar a diversidade.
A Federação exigiu que o caso seja apurado pelas autoridades competentes e também que representantes dos governos municipal, estadual e federal se posicionem contra o antissemitismo e a perseguição a minorias.
A Comissão de Intolerância Religiosa da Assembleia Legislativa do Rio também solicitou à Polícia a abertura de um inquérito na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática. Segundo o relator da comissão, deputado Átila Nunes, o crime é gravíssimo e por isso há a necessidade de se identificar o quanto antes a origem dos ataques.
“Não se trata somente de um crime de cunho religioso, racista… É um crime gravíssimo, praticado por grupos neonazistas que fazem oposição à democracia” – enfatizou o parlamentar.
O Colégio Eliezer Max informou que já acionou uma empresa especializada para ampliar a segurança das ferramentas tecnológicas utilizadas pela escola.