Polícia identifica sequestradores de helicóptero no RJ e possível financiador
Um dos criminosos tinha mandado de prisão em aberto; a suspeita é de que estejam sendo escondidos por traficantes
A Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou os sequestradores de um helicóptero que seria usado para resgatar criminosos no complexo de Gericinó, em Bangu. Segundo os investigadores, a ação foi promovida pelo Comando Vermelho, maior facção criminosa do estado.
Os investigadores apontam como responsáveis pela ação Marcos Antônio da Silva, conhecido como Pará, e Khawan Eduardo Costa Silva, que não tem antecedentes criminais. O primeiro tinha mandado de prisão em aberto. O segundo teve a prisão pedida para a Justiça.

Os policiais desconfiam que eles estejam escondidos em localidades dominadas pelo tráfico, como os complexos do Alemão e da Penha. Também já há um suspeito de ter financiado a locação do helicóptero do tipo Esquilo, que pagou os R$ 14,5 mil por duas diárias. O nome dele não foi revelado para que isso não atrapalhe as investigações.
Quem seria resgatado
A investigação em conjunto com a Secretaria de Administração Penitenciária apontou ainda uma movimentação atípica dentro do complexo de Gericinó, no Instituto Penal Vicente Piragibe.
Próximo ao horário em que o helicóptero seria direcionado ao presídio pelos sequestradores, imagens internas mostraram uma aproximação entre o traficante Márcio Gomes de Medeiros Roque, conhecido como Marcinho do Turano, Carlos Vinícius Lírio da Silva, o Cabeça do Sabão, e José Benemário de Araújo, o Benemário.
A Polícia Civil, no entanto, ainda não recebeu as imagens das câmeras internas que mostram os presos reunidos.
“Agora a gente vai fazer a análise dessas imagens e a gente acredita que os alvos eram aqueles presos reunidos no momento em que o helicóptero chega perto da unidade prisional”, afirmou William Pena Júnior, que conduz a investigação na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizada (Draco).
A rota do helicóptero
Na manhã do último domingo (19), dois homens alugaram um helicóptero de uma empresa de transporte aéreo no bairro da Lagoa, zona sul do Rio de Janeiro. O piloto que faria a viagem passou mal e o policial civil Adonis Lopes assumiu o trabalho.
Depois de abastecerem no bairro do Recreio, na zona oeste carioca, Adonis levou a dupla até a cidade de Angra dos Reis, na Costa Verde do estado. Lá os criminosos ficaram três horas. Uma das suspeitas dos investigadores é que tivessem ido para buscar dinheiro.
Em vez de voltar ao Rio de Janeiro apenas na segunda-feira (20), como haviam previsto, os homens alegaram um problema e retornaram em seguida.
Com o piloto rendido, ordenaram que o helicóptero fosse levado para o presídio de Bangu.
Depois de uma luta corporal, Lopes simulou que o helicóptero estava caindo para pousar próximo a um batalhão de Polícia Militar. Os criminosos, no entanto, conseguiram fugir pela mata.