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    Polícia do Rio investiga se desaparecidos foram vítimas do ‘tribunal do tráfico’

    Nesta sexta-feira (21), 16 suspeitos foram presos em Belford Roxo

    Cleber Rodrigues, da CNN, no Rio

    A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga se três crianças desaparecidas há cinco meses, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, foram vítimas do “tribunal do tráfico”. A principal linha de investigação foi confirmada pelo delegado do caso, após uma operação que prendeu 16 pessoas nesta sexta-feira (21). De acordo com a polícia, uma das hipóteses é que os meninos tenham sofrido uma retaliação após o furto de pássaros.

    “Teria uma suposta ação das crianças naquele local que gerou, como consequência, uma represália do tráfico. Uma subtração de pássaros de determinado traficante. É uma das informações que chegaram para gente por várias vezes. Então, a gente dá uma atenção necessária a essa linha, mas lembrando que não estão descartadas outras possibilidades”, afirmou o delegado Uriel Alcântara, responsável pelas investigações do caso, na DHBF. 

    Na ação conjunta desta sexta (21), que contou com diversos departamentos da Polícia Civil e com a participação de 150 agentes, 16 suspeitos foram presos em Belford Roxo. Segundo a polícia, não houve confronto. Durante a operação também foi apreendido um carro roubado, cuja mala tinha marcas de sangue. O veículo, no entanto, não teria relação com o caso do desaparecimento.

    Segundo a polícia, o que motivou a expedição de 22 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão, foi a tortura e a expulsão de um morador da mesma localidade onde as crianças moram. O homem teria sido apontado pelo tráfico como o responsável pelo sumiço das crianças, mas a polícia descarta essa possibilidade.

     

    “A Polinter tem uma investigação ampla em relação ao tráfico de entorpecente naquela localidade. Nós sabemos que ali é um local sensível, haja vista a existência de um tribunal do tráfico. Isso não pode ser permitido. Nós tivemos a tortura e a expulsão de um morador e de sua família da localidade. Isso nos traz a interpretação de que o tráfico de entorpecentes, promovendo essa ação, ele tentou se eximir da responsabilidade sobre o desaparecimento dos meninos”, explicou Roberto Cardoso, diretor-geral do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP).

    Os meninos Lucas Matheus, de 8 anos, Alexandre da Silva, de 10 e Fernando Henrique, de 11, estão desaparecidos desde o dia 27 de dezembro, após saírem para brincar. Em março deste ano, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) encontrou imagens de câmeras de segurança que mostraram que os três garotos passaram por uma rua de um bairro vizinho. O caso, que segue sendo tratado como desaparecimento, é investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).

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