Polícia da Bahia inicia reconstituição da morte do miliciano Adriano da Nóbrega
O objetivo da reprodução é confrontar com a versão dada pelos policiais, que alegam que Adriano da Nóbrega teria reagido à prisão e atirado contra os militares
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia começou neste domingo (12) a reprodução simulada da operação realizada para o cumprimento da prisão do miliciano Adriano da Nóbrega, morto na ocasião. A reconstituição é comandada pelas polícias Civil e Técnica da Bahia.
As equipes envolvidas no confronto com o ex-capitão do Bope vão refazer todo o percurso do dia do ocorrido, em 9 de fevereiro, na cidade de Esplanada. O Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) foi o responsável pela operação.
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Peritos criminais e técnicos analisam as informações dos depoimentos e repetem os movimentos, nos locais onde eles ocorreram. Cerca de 50 policiais participam da reconstituição.
O objetivo da reprodução é confrontar com a versão dada pelos policiais, que alegam que Adriano da Nóbrega teria reagido à prisão e atirado contra os militares.
O caso
Ex-capitão do Bope, Adriano era apontado como chefe da milícia Escritório do Crime, que atua na zona oeste do Rio de Janeiro e é investigado pelo Ministério Público do estado por suposto envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
Na investigação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a mãe e a esposa do miliciano aparecem como funcionárias do gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj, quando ele era deputado estadual. Segundo relatório do Coaf, além da mãe, Raimunda Veras Magalhães, e a esposa dele, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, também trabalhou no gabinete e recebia um salário de quase R$ 5,2 mil, a mesma quantia da mãe do miliciano.
Um relatório do MPRJ afirma que Adriano e família teriam transferido mais de R$ 400 mil para as contas de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Perícia em celulares
No dia da operação em que o miliciano foi morto, a polícia encontrou 13 celulares. Os equipamentos foram encaminhados ao Ministério Público do Rio de Janeiro para uma perícia e busca por provas que ajudem a explicar o envolvimento dele com a milícia e com o suposto esquema de ‘rachadinha’, do gabinete do senador Flávio Bolsonaro.
O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado – GAECO do Ministério Público do Rio de Janeiro disse à CNN “que os celulares que pertenciam a Adriano da Nóbrega já foram periciados. Por ordem judicial o caso está sob sigilo, razão pela qual o conteúdo não poderá ser divulgado”.