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    Polícia Civil conclui que não houve estupro coletivo em boate no Rio de Janeiro

    Rapaz com quem universitária afirma ter tido relação consensual foi indiciado, no entanto, por abuso de vulnerável; laudo do IML apontou que vítima estava sob efeito de drogas

    Isabelle Salemeda CNN

    A Polícia Civil concluiu que não houve estupro coletivo em boate na Lapa, região central do Rio de Janeiro, como afirmou a suposta vítima. Cinco pessoas chegaram a ser investigadas.

    O rapaz com quem a universitária estrangeira de 25 anos afirmou ter tido uma relação consensual, no entanto, foi indiciado por estupro de vulnerável. É que o laudo do IML apontou que a jovem estava sob efeito de drogas e não estaria em condições de discernir com clareza sobre o consentimento. A Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) do Centro pediu ao Ministério Público a prisão dele.

    A informação foi obtida em primeira mão pela CNN.

    A investigação, que correu sob sigilo, foi concluída em 11 dias. Testemunhas ouvidas afirmaram que houve apenas um autor do abuso. Além dos depoimentos, a polícia teve acesso, ainda, a imagens de câmeras de monitoramento do estabelecimento e aos laudos toxicológico e de corpo de delito, que confirmou o ato sexual.

    Imagens obtidas com exclusividade pela CNN na semana passada mostraram o momento em que a universitária sai apressada da chamada “dark room”, uma sala reservada para casais no estabelecimento, no dia 31 de março. Logo atrás, sai também o rapaz com quem ela teria tido a relação consensual.

    Segundo afirmou à polícia dois dias após o suposto abuso, a jovem de 25 anos foi à sala por vontade própria. No entanto, ela contou que após se relacionar com o brasileiro, foi estuprada sem qualquer chance de defesa por um número de homens que não conseguia precisar, uma vez que teria perdido a consciência.

    Turista (no canto inferior direito) relata o ocorrido a funcionários da boate na sala da segurança / Reprodução/CNN Brasil

    Um outro vídeo, também exclusivo, é de dentro da sala da gerência da boate. Muito nervosa, a vítima contou que teve o celular furtado. No meio da conversa, entre os funcionários do local, amigas da jovem e o casal, surgiu o questionamento sobre um possível abuso.

    Na frente do rapaz, a vítima afirmou, então, que a relação que os dois tiveram foi consensual. No entanto, ela conta que teria sido tocada por outras pessoas durante o tempo que esteve na sala escura.

    Imagens mostram vítima deixando boate em companhia dos seguranças do local / Reprodução

    Em carta divulgada pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Alerj, a jovem disse que está de volta ao país de origem e que só quer descansar e esquecer o que passou na viagem pelo Brasil, que ela classifica como um pesadelo.

    Em nota, a boate Portal Club informou que assim que tomou conhecimento do caso, prestou apoio à vítima, encaminhando-a à sala da gerência, onde recebeu o suporte necessário. “Nós, do Portal Club Rio, desejamos que os verdadeiros culpados sejam processados e julgados nos rigores da lei”, escreveram os responsáveis pela casa noturna.

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