PM’s suspeitos de matar policial que investigava milícias no Rio são presos
Em novembro do ano passado, a Cabo Vaneza Lobão foi morta na porta de casa, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio
Dois subtenentes da Polícia Militar foram presos por suspeita de envolvimento na morte da cabo da PM Vaneza Lobão, de 31 anos, em novembro do ano passado, no Rio de Janeiro.
Em nota, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar ressaltou “que o comando da corporação não compactua com o cometimento de crimes ou desvios de conduta por parte de seus entes, punindo com contundente rigor os envolvidos quando constatados os fatos”.
Segundo o órgão, o inquérito policial militar instaurado na época do crime “segue em curso e a corporação, através de sua área correcional, segue colaborando integralmente com a continuidade das investigações.”
De acordo com as investigações, os agentes presos realizaram pesquisas sobre Vaneza em bancos de dados oficiais, em busca de monitorar a policial, reunindo informações sobre sua rotina.
Os dois estavam lotados no 27°BPM (Santa Cruz), e no 31º BPM, no Recreio.
Até o final do ano passado, um deles estava lotado no mesmo batalhão que a PM morta, na 8ª DJPM (Delegacia de Polícia Judiciária Militar), onde Lobão atuava no Setor de Inteligência.
Criadas na época áurea das Unidades de Polícia Pacificadora, as DPJM são voltadas para investigar a participação de policiais tanto nas milícias quanto no jogo do bicho.
A agente que investigava a atuação de milícias no Rio, foi morta no dia 24 de novembro do ano passado, por volta das 21h30, quando foi alvo de tiros de fuzil por pessoas encapuzadas, enquanto abria a garagem de casa para guardar o próprio carro.
Segundo informações do Disque-Denúncia, os criminosos já aguardavam a agente.
À época, com a morte de Vaneza, o número de agentes mortos em ações violentas no estado do Rio de Janeiro subiu para 52.
No início da madrugada do dia 25 de novembro, um dia após o crime, uma equipe da Polícia Militar do 27º BPM prendeu um miliciano no loteamento Madean, também em Santa Cruz, durante diligências para localizar suspeitos na morte de Vaneza. Com o homem foi encontrada uma arma de fogo, que foi apreendida.
À época, o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ofereceu ajuda da Polícia Federal nas investigações do assassinato.
Em publicação no ano passado, o então ministro lamentou “o terrível crime cometido contra a policial Vaneza Lobão, no Rio de Janeiro”, prestou solidariedade à família e “aos colegas da corporação” e afirmou ter orientado “a Polícia Federal a ajudar nas investigações, de competência das autoridades estaduais”.
Quem era Vaneza?
Formada em direito, Vaneza entrou na corporação em 2013 e era uma profissional valorizada. Pouco antes de ser executada, foi condecorada pela Polícia Militar com o distintivo “Lealdade e constância”. Durante o curso para formação de cabos, a carioca, que tinha 31 anos, se formou com nota máxima. Ela sonhava em fazer carreira na corporação.