PM de Porto Alegre abre processo para demitir envolvido na morte de João Alberto
Defesa de Giovane Gaspar da Silva terá 3 dias para apresentar sua defesa; advogado diz que objetivo é garantir que ele responda a um procedimento justo
A Polícia Militar de Porto Alegre já abriu Procedimento Administrativo Disciplinar para demitir Giovane Gaspar da Silva, o PM temporário que trabalhava como segurança no Carrefour e foi um dos responsáveis pelas agressões a João Alberto Silveira Freitas, na quinta-feira (19). O prazo para defesa é de três dias a partir desta segunda-feira (23).
De acordo com David Leal, advogado do suspeito, o objetivo da defesa não é, necessariamente, manter o emprego do cliente na corporação, mas sim garantir que ele responda a um procedimento justo.
O defensor falou que Giovani contou pra ele que, no dia do fato, foi apenas chamado para atender a uma situação porque um senhor estava tendo desavenças com uma funcionária.
Leal diz que, na versão de seu cliente, ao questionar João Alberto se havia algum problema, a vítima teria respondido com olhar hostil e saído caminhando. Disse que a vítima deu um soco no PM sem motivo aparente e que parecia estar sob efeito de alguma substância química.
Assista e leia também:
Empresa demite por justa causa vigilantes envolvidos na morte de João Alberto
Para reitor da Zumbi dos Palmares, caso João Alberto é racismo estrutural
Corpo de João Alberto, morto em supermercado, é enterrado em Porto Alegre
Companheira de homem morto no Carrefour diz que tentou ajudar, mas foi impedida
O advogado destacou que seu cliente não teve intenção de matar a vítima e que o objetivo era apenas conter o homem. Por fim, informou que pretende apresentar nesta segunda um pedido para que Silva responda ao inquérito em liberdade – o PM temporário está em quarentena, numa área de triagem no Presídio Policial Militar.
A delegada Roberta Bertoldo, do 2º Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) de Porto Alegre, informou que os agentes da Delegacia de Homicídio trabalham ininterruptamente desde a quinta-feira, coletando provas e ouvindo testemunhas e que outros dados sobre a investigação só serão dados ao final da apuração.
Nesta segunda-feira (23), devem ser ouvidas 8 testemunhas do caso – desde que quinta, a polícia civil de Porto Alegre já ouviu cerca de 20 outras pessoas.