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    Pintor é espancado após ser confundido com ladrão em bar do Rio de Janeiro

    Wellington Conceição da Silva, de 31 anos, afirma que foi vítima de racismo; proprietário do bar e seguranças serão ouvidos pela polícia

    Cleber RodriguesMarcia Barrosda CNN , no Rio de Janeiro e em São Paulo

    Um pintor de 31 anos foi espancado em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, após ser confundido com um ladrão.

    Wellington Conceição da Silva registrou um boletim de ocorrência na 73° DP depois que as imagens das agressões, ocorridas no sábado (7), repercutiram na internet nesta semana.

    No vídeo, o pintor aparece sentado na calçada, com o rosto bastante machucado e recebendo chutes na face. Mesmo após explicar aos agressores que se tratava de um engano, Wellington continuou sendo brutalmente agredido.

    “Por que você veio roubar aqui?”, pergunta o agressor, enquanto desfere um chute no rosto da vítima.

    A vítima responde: “Eu não roubei ninguém”. Segundo o pintor, a motivo das agressões foi a cor da pele.

    À CNN, a advogada da vítima, Rejane Ferreira Moço, contou que o vídeo foi gravado e divulgado pelo dono do bar Papo de Amigo Pub. De acordo com ela, o homem é quem aparece nas imagens chutando Wellington no rosto.

    Para a advogada, o caso representa um claro exemplo de racismo estrutural, visto que nenhum objeto foi localizado com o pintor e que ninguém se manifestou como vítima de Wellington.

    Já a defesa que representa o dono do bar Papo de Amigo Pub, em São Gonçalo, afirmou que seu cliente vai prestar depoimento na 73° DP, na segunda-feira (16), para esclarecer o ocorrido.

    “Meu cliente irá prestar os esclarecimentos necessários para evidenciar os fatos e os motivos o induziram a erro e tomar uma equivocada ação, ressalto que diversamente das informações noticiadas não existe qualquer conotação de cunho racial ou sequer houve qualquer tipo de ameaça após os fatos a vítima, inclusive tão logo seja possível haverá uma retratação a ele (vítima) todos seus familiares por essa exposição na mídia”, afirma, em nota, o advogado Reinaldo Pereira dos Santos.

    Wellington da Silva tem duas filhas e revelou estar com medo e envergonhado após as imagens das agressões viralizarem.

    Injúria racial equiparada ao crime de racismo

    Já está em vigor a lei que equipara a injúria racial ao crime de racismo. O texto, aprovado pelo Congresso Nacional no fim do ano passado, foi sancionado na quarta-feira (11) pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    O ato ocorreu durante cerimônia de oficialização de Anielle Franco no cargo de ministra da Igualdade Racial.

    A injúria racial é caracterizada quando uma pessoa específica é ofendida em razão da raça, cor de pele, etnia, religião ou origem. Já o crime de racismo ocorre quando o agressor atinge um grupo de pessoas.

    Com a mudança na lei, as condutas tipificadas como injúria passam a ser inafiançáveis e imprescritíveis. A pena para quem cometer o crime, até então de 1 a 3 anos de reclusão, pode variar de 2 a 5 anos de prisão.

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