Pink Money: O poder do “dinheiro rosa”
Lute por uma causa mas faça algo – de fato – por ela. Engajamento sem ação vira “washing”
Os novos tempos ditam que o mercado corporativo se envolva com causas sociais e devolvam para sociedade parte (ou boa parte) daquilo que em algum momento ele pode ter retirado dela ou impactado de maneira não tão legal. É aí que ser diverso, plural, inclusivo passa a ser parte do negócio e adjetiva as companhias, sociedades anônimas e afins.
Tudo bem ser inclusivo e se dedicar a uma causa para chamar de sua, desde que ela seja sua de fato – da porta pra fora e da porta pra dentro. Ponto importante a ser discutido aqui, já que estamos no mês do Orgulho e não será anormal se deparar com empresas engajadas por aí nas causas LGBTI+ ou propagandas exaltando essa comunidade. Até aí tudo bem, se não for pura e simplesmente para apenas lucrar com ela.
Aqui então que entra o “pink money”’, ou dinheiro rosa, termo que você já deve ter lido ou ouvido por aí. Pink money é o poder de compra nas mãos da comunidade LGBTQIAP+. O poder de consumo que essas pessoas têm. Uma pesquisa da Associação Internacional Out Now Leadership diz que esse público representa 7% do PIB brasileiro.
As empresas sabem disso e estão atentas oferecendo produtos e serviços para eles. Nada de errado com isso. A questão crucial aqui é fazer algo pela causa de fato e não apenas querer o dinheiro rosa que circula por aí.
Ter representatividade e inclusão LGBTQIAP+ no ambiente corporativo, criar oportunidades para pessoas dessa comunidade, acelerar carreiras, ter vagas de emprego focada neste público, criar canais de acolhimento, ajudar associações e entidades dedicadas à causa… são algumas das ações que podem e devem ser tomada para que haja uma mudança e um engajamento real. Se não, todo o resto, como eu disse, é puro “pinkwashing”.