RJ: mega operação da PF e do MP mira comércio irregular de cigarros
Grupo responsável pela venda de uma marca teria faturado R$ 45 milhões; são apurados crimes como extorsão, roubo, lavagem de dinheiro e corrupção
Ao menos três pessoas já foram presas nesta quinta-feira (24) na Operação Fumus, realizada em conjunto entre a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do estado do Rio de Janeiro.
A ação, que conta com 300 policiais federais, divididos em 54 equipes, saiu às ruas logo cedo, para cumprir 34 mandados de prisão preventiva e 75 de busca e apreensão, em bairros da capital, da baixada fluminense e do interior do estado do Rio de Janeiro.
De acordo com a PF, o objetivo é desarticular uma organização criminosa envolvida na comercialização ilegal de cigarros.
Segundo o Ministério Público, entre os envolvidos estão seis policiais militares. Além do crime de organização criminosa, também são apurados casos de extorsão, roubo, lavagem de dinheiro, corrupção, duplicada simulada e delitos tributários. As investigações começaram em 2019 e contaram, entre outras provas, com a colaboração premiada de um ex-integrante da quadrilha.
De acordo com a denúncia, os criminosos obrigam comerciantes de cigarro, que atuam em áreas de influência da organização, a venderem exclusivamente os produtos da marca repassada pelos envolvidos. As condições de compra eram impostas pela quadrilha, que também estipulava uma tabela de preços do produto.
Ainda de acordo com o MP, as vítimas eram comerciantes de pequeno e médio porte e trabalhadores informais.
Por meio de fiscais e seguranças, a organização criminosa ameaçava os comerciantes que vendiam marcas diferentes da representada pela quadrilha, bem como aqueles que compravam cigarros de pessoas não ligadas ao grupo criminoso ou descumpriam o “tabelamento” de preços.
Estima-se que, apenas no centro de distribuição de Duque de Caxias, entre setembro de 2019 e fevereiro de 2020, o faturamento do grupo foi de R$ 9.347.000,00 milhões, uma média mensal de R$ 1.557.867,00 milhões. O MP calcula que o faturamento criminoso chegou a R$ 45 milhões.