PF realiza a maior operação de combate a comercialização ilegal de mercúrio
Grupo é acusado de contrabandear mercúrio e abastecer os mercados do Pará, Mato Grosso e Rondônia


A Polícia Federal lançou uma operação na manhã desta quinta-feira (1º) para combater crimes ambientais e mineração ilegal de ouro cometidos por uma organização criminosa, que pratica a extração ilegal de ouro na Amazônia e sul e sudeste do Brasil.
Estão sendo cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, nove de prisão temporária e 49 mandados de busca e apreensão, em Mato Grosso, São Paulo, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rondônia.
As buscas incluem casas, empresas, depósitos e áreas de mineração. Também foi determinado o sequestro e indisponibilidade de bens dos investigados em montante superior a R$ 1,1 bilhão, o que corresponderia a prejuízo ao erário. Os mandados foram determinados pela Justiça Federal de Campinas (SP).
O grupo é acusado de contrabandear mercúrio e abastecer os mercados do Pará, Mato Grosso e Rondônia. Essa operação, chamada de “Hermes” – alusão ao nome do deus grego, equivalente ao deus Mercúrio para os romanos -, é considerada a maior ação de desarticulação de uso ilegal de mercúrio da história.
De acordo com a PF, a operação visa desarticular um esquema criminoso de fraudes no Cadastro Técnico Federal, que é o sistema de controle de importação e comércio de mercúrio metálico, sob responsabilidade do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).
As investigações mostraram que a fraude ocorria com lançamento de dados falsos no sistema, seguida pela comercialização de créditos virtuais fictícios que acobertavam vendas e transporte de mercúrio sem origem legal.
A PF aponta que mais de duas toneladas de mercúrio foram comercializadas criminosamente sem passar pelos sistemas do Ibama, e a previsão é que a operação retire mais de cinco toneladas de créditos de mercúrio do Cadastro Técnico Federal.