PF faz operação contra tráfico de armas enviadas por encomendas nos Correios
Agentes cumpriram mandados em nove estados contra grupo que, desde 2016, enviou mais de mais de 300 armamentos
A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira (5) a operação Gun Express na tentativa de desarticular um grupo de traficantes de armas, acessórios e munições. De acordo com a corporação, não houve apreensão de armas de fogo, mas sim de veículos, dinheiro, documentos, computadores e celulares.
Desde o início das apreensões, a PF reuniu 50 pistolas, 20 seletores de rajadas, 39 red dots (marcadores de pontaria), 2.024 munições e 107 carregadores, informaram os policiais, durante coletiva de imprensa na Superintendência Regional da PF em Curitiba.
“Era uma característica específica desse grupo: eles montavam armas, como uma pistola, com um carregador estendido, que pode ter até 31 munições, um seletor de rajada (que permite tiros automáticos) e red dot. Esse kit montado é extremamente perigoso”, afirmou um dos agentes.
A ação procurou indiciar 28 pessoas por tráfico internacional de armas de fogo, lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade ideológica. Mais de 300 policiais federais cumpriram dez mandados de prisão preventiva e fizeram 62 buscas em nove Estados: Paraná, Bahia, Rio Grande do Norte, São Paulo, Paraíba, Sergipe, Santa Catarina, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Também foram cumpridas ordens de bloqueio de 27 contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados, além de sequestro e arresto de bens de 26 pessoas físicas e uma pessoa jurídica, e de constrição judicial de dez veículos em nome de terceiros. A Justiça decretou ainda medidas cautelares para seis investigados.
Investigação começou em 2018
Segundo a PF, a investigação teve início em 2018, quando foi descoberto o envio de armas de fogo pelos Correios. O material estava escondido dentro de equipamentos de treino para artes marciais, como aparadores de chute, luvas e caneleiras.
Autoridades identificaram que um grupo de pessoas de Paraná, Bahia e Rio Grande do Norte trabalhavam com importação, guarda, remessa e transporte de armas, acessórios e munições.
A estimativa é de que o grupo remeteu e transportou, desde 2016, mais de 300 armas de fogo, investindo cerca de R$ 2 milhões na compra dos equipamentos. Os objetos eram enviados para diferentes Estados, com destaque para Bahia e Rio Grande do Norte.
Durante as investigações, foram também apreendidos outros armamentos e acessórios escondidos em tanques de combustíveis de veículos, utilizados para transportar esses itens para alguns dos Estados do Nordeste.
Segundo a PF, parte do pagamento era feita por intermédio de empresas de fachada controladas por suspeitos. (Com Estadão Conteúdo)