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    PF faz megaoperação contra fraude em concessão de crédito de carbono a multinacionais

    Os agentes cumprem 184 medidas em seis estados e sequestro de R$ 1,6 bilhão

    Agentes da PF cumprem 76 mandados em seis estados
    Agentes da PF cumprem 76 mandados em seis estados PF/Divulgação

    Elijonas Maiada CNN

    A Polícia Federal está nas ruas na manhã desta quarta-feira (5) em uma grande operação contra fraude na concessão de crédito de carbono a multinacionais.

    Empresários são alvos de 76 mandados de busca e apreensão.

    Os agentes cumprem mandados em seis estados, sendo a maior parte do Amazonas. Há mandados também em São Paulo, Mato Grosso, Paraná, Ceará e Acre.

    Além das buscas, policiais federais cumprem ainda 108 medidas cautelares diversas da prisão, oito suspensões do exercício da função pública, quatro suspensões de registro profissional no CREA e sete bloqueios de emissão de Documento de Origem Florestal (DOF’s), bem como o sequestro de R$ 1,6 bilhão.

    De acordo com as investigações da PF de Rondônia, foram explorados ilegalmente mais de um milhão de metros cúbicos de madeira em tora, gerando um dano ambiental estimado em R$ 606 milhões. A operação também revelou que a organização obteve cerca de R$ 820 milhões em terras griladas.

     

    Segundo os agentes, o objetivo da Operação Greenwashing é desarticular uma organização criminosa suspeita de vender cerca de R$ 180 milhões em crédito de carbono de áreas da União invadidas ilegalmente. 

    O esquema

    A investigação revelou um esquema de fraudes fundiárias que se estendeu por mais de uma década e foi iniciado em Lábrea (AM), envolvendo a duplicação e falsificação de títulos de propriedade. Essas fraudes resultaram na apropriação ilegal de cerca de 538 mil hectares de terras públicas. 

    Entre 2016 e 2018, a PF diz que organização criminosa expandiu suas atividades ilícitas, reutilizando títulos de propriedade e inserindo dados falsos no Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF), com a colaboração de servidores públicos e responsáveis técnicos. 

    Nos últimos três anos, o inquérito mostra que uma nova expansão das atividades ilícitas do grupo ocorreu na região de Apuí (AM) e Nova Aripuanã (AM). As irregularidades identificadas incluem a emissão de certidões ideologicamente falsas por servidor da Secretaria de Terras do Estado do Amazonas (SECT/AM), a sobreposição de registros e a apropriação indevida de terras públicas.

    Entre as atividades ilegais identificadas estão a exploração florestal e a pecuária em áreas protegidas, incluindo a criação de gado “fantasma” para atender áreas com restrições ambientais, a venda de créditos virtuais de madeira e a obtenção de licenças ambientais fraudulentas. 

    A data da operação foi em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado neste 5 de junho.