PF combate fraudes em seguros de vida com vítimas de acidentes em SP
Suspeitos possuíam e usavam empresas de fachada para contratar serviços de seguro coletivo de vida junto a grandes companhias do setor
A Polícia Federal realiza uma operação contra um grande esquema de estelionato, falsificação de documento público, associação criminosa e lavagem de dinheiro em São Paulo, na manhã desta quinta-feira (21).
Cerca de 40 policiais federais cumprem dois mandados de prisão preventiva e oito de busca e apreensão durante a Operação “Abutre”. As ordens são cumpridas nas cidades paulistas de Araçatuba, Birigui, Buritama, Glicério e na capital mineira Belo Horizonte.
No início desta tarde, a PF informou que efetuou as duas prisões preventivas, uma em São Paulo, outra em Belo Horizonte.
As investigações iniciaram em Araçatuba, quando a PF foi informada sobre um grupo que fraudava seguradoras de vida, forjando vínculos trabalhistas de pessoas falecidas para acionar e receber prêmios dos contratos de seguro, que eram firmados pelas empresas vinculadas à organização.
Segundo a PF, os suspeitos possuíam e usavam empresas de fachada para contratar serviços de seguro coletivo de vida junto a grandes companhias do setor.
Em seguida, o grupo identificava vítimas fatais de acidentes automobilísticos, por meio de notícias, e cooptavam os familiares para participar da fraude.
Com a aprovação familiar e a posse dos documentos dos mortos, a quadrilha registrava os falecidos de forma fraudulenta como funcionários das empresas de fachada. Essas empresas eram estabelecidas no nome dos familiares do líder da organização criminosa.
A investigação descobriu que o esquema mostrou-se extremamente lucrativo. Os envolvidos ainda integravam os valores ilícitos na aquisição de imóveis e veículos.
A Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de bens e valores de cerca R$ 110 milhões dos investigados.
O nome da Operação Abutre remete aos hábitos necrófagos da ave e ao modus operandi da associação criminosa, que procurava por notícia de acidentes de trânsito com mortes para cooptar familiares da pessoa falecida para participar do esquema criminoso.