Petrópolis tem previsão de chuva forte neste fim de semana
Há riscos de deslizamentos e alagamentos, diz Inmet
As buscas por vítimas da tragédia de Petrópolis – que já deixou mais de 130 mortos e conta com ao menos 200 desaparecidos – deve encarar uma previsão do tempo desfavorável neste sábado (19).
Isso porque, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), chuvas fortes entre 60 e 100 milímetros estão previstas para cair na região ao longo do dia. As temperaturas variam entre a mínima de 16ºC e a máxima de 24ºC.
Isso significa, segundo o alerta do Inmet, “grande risco de grandes alagamentos e transbordamentos de rios, grandes deslizamentos de encostas, em cidades com tais áreas de risco”, como o município de Petrópolis, onde já chove há pelo menos quatro dias.
“Essa chuva em Petrópolis não deve cessar e deve continuar até pelo menos segunda-feira, com risco de chuvas intensas”, alertou o chefe de meteorologia do Inmet, Francisco de Assis, que continuou: “mesmo que as chuvas sejam de 30 a 40 mm por dia, elas podem causar muitos transtornos, pois o solo ainda está muito úmido na região”, pontuou.
Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), em sua previsão de riscos geo-hidrológicos para este sábado, “permanece muito alta a possibilidade de ocorrência de eventos de movimentos de massa na Região Serrana do Rio de Janeiro, especialmente em Petrópolis, devido aos elevados acumulados de precipitação nas últimas 72 horas e nas últimas semanas”.
Ainda de acordo com o Cemaden, devido à continuidade de chuva, é considerada alta a possibilidade de novas ocorrências de inundações e enxurradas principalmente nos rios São Francisco, mas também na Região Serrana do Rio, centro, norte, Noroeste e Baixada Fluminense do estado, bem como no Norte de Minas e Zona da Mata mineira.
A cidade ainda está marcada pela paisagem da tragédia: nas ruas, carros continuam empilhados; nos cerca de 30 locais de busca ativos, familiares chegam a todo o momento procurando por informações de parentes, amigos e conhecidos ainda desaparecidos.
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Veículos arrastados pela enchente que atingiu o município de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16. • Foto: Estadão Conteúdo
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Destruição causada pela chuva na localidade de Alto da Serra, no município de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16. • Foto: Estadão Conteúdo
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Destruição causada pela chuva no município de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16. • Foto: Lucas Lamela
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Destruição causada pela chuva na localidade de Alto da Serra, no município de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16. • Foto: Estadão Conteúdo
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Destruição causada pela chuva na localidade de Alto da Serra, no município de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16. • Foto: Estadão Conteúdo
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Funcionários trabalham para retirar lama de suas lojas na Rua Washington Luiz, no caminho do centro histórico da cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16. • Foto: Estadão Conteúdo
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Destruição causada pela chuva no município de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16. • Foto: Estadão Conteúdo
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Veículo arrastado pela enchente é visto no Rio Quintadinha, na Rua Washington Luiz, no caminho do centro histórico de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16. • Foto: Estadão Conteúdo
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Veículo arrastado pela enchente que atingiu o município de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16. • Foto: Estadão Conteúdo
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Destruição causada pela chuva no Centro Histórico de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16. • Foto: Estadão Conteúdo
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Cidade de Petrópolis (RJ) foi atingida por fortes chuvas na noite desta terça-feira (15) • ESTADÃO CONTEÚDO
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Diversas ruas da cidade foram alagadas e veículos foram arratados pela água • Gabrielle Ravasco
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Muitos locais da cidade estão cobertos de água das chuvas e lama • Gabrielle Ravasco
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A força das chuvas foi o suficiente para arrastar veículos no centro de Petrópolis • Gabrielle Ravasco
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Veículos amontoados após inundações na cidade • Gabrielle Ravasco
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Dois ônibus são arrastados em Petrópolis após as fortes chuvas • Cleber Rodrigues/CNN
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Carro submerso em rio depois de fortes chuvas em Petrópolis, RJ • Ricardo Moraes/Reuters (16.fev.2022)
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Árvores caídas e carros destruídos pelas chuvas em Petrópolis (RJ) • Carlos Elias Junior/FotoArena/Estadão Conteúdo
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Ministério da Saúde calcula destruição de locais de atendimento à população em Petrópolis • Tânia Rêgo/Agência Brasil
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Casa e carro são destruídos pelas fortes chuvas em Petrópolis (RJ) • Carlos Elias Júnior/FotoArena/Estadão Conteúdo (17.fev.2022)
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Trabalhos das equipes de resgate em Petrópolis (RJ) • Cleber Rodrigues/CNN (17.fev.2022)
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O coordenador do Cemaden, o meteorologista Marcelo Seluchi, afirmou à CNN que a chuva em Petrópolis na terça-feira (15) foi a maior registrada na história da cidade. Os registros começaram a ser feitos em 1932.
Em apenas seis horas foram registrados 260mm de chuva – a maior parte, 230mm, em três horas. Isso era mais do que o esperado para o mês inteiro para a cidade. Os danos são maiores porque a tempestade foi muito intensa e concentrada no Centro da cidade.
À CNN, Leandro Monteiro, secretário Estadual de Defesa Civil e Comandante do Corpo de Bombeiros, afirmou que a operação do Corpo de Bombeiros em Petrópolis vai atravessar a próxima semana, deve continuar no carnaval e provavelmente não termina em fevereiro.
A última pessoa que foi encontrada com vida, no entanto, foi resgatada na quarta-feira (15) por volta das 14h, 20 horas depois do início das chuvas. “O bombeiro busca vítimas vivas. O tempo passa, a dificuldade aumenta de buscar vítimas vivas, mas o bombeiro acredita em encontrar ainda desaparecidos vivos, vítimas vivas”, afirmou.
Chuvas nos próximos dias
Em entrevista à CNN, Carine Gama, meteorologista do Climatempo, informou que haverá chuva até terça-feira na Serra do Fluminense e na zona da mata mineira. Porém, “ao invés de 260 milímetros como ocorreu no desastre de Petrópolis, a média diária deve ser entre 60 e 100 milímetros”.
Ela explica que as chuvas ocorrem no local devido à uma formação de um vórtice e pelas zonas serem de convergência, “o que intensifica o volume pluviométrico”. Carine destaca que ainda é possível que ocorra transbordamento de córregos e deslizamento de terras.
“Eu acredito que se tivéssemos uma gestão pública melhor e uma tecnologia mais avançada, os números de óbitos e desaparecidos em Petrópolis seria menor”, comenta Carine. “Mas, como solução, qualquer mudança feita para minimizar o CO2 na atmosfera já ajuda nesse cenário de mudança climática”.
*Com informações de Giovanna Galvani e Pedro Duran, da CNN