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    Petrópolis: Sistema de alerta deveria contar com plano de fuga, diz geotécnico

    Tragédia na Região Serrana do Rio de Janeiro provocou a morte de pelo menos 152 pessoas

    Duda Cambraiada CNN*Renata Souzada CNN

    em São Paulo

    O desastre em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, causou pelo menos 152 mortes. Segundo especialistas, a tragédia está associada a fatores naturais e sociais. Diante desse cenário, o geotécnico e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Marcos Barreto afirmou que estratégias de prevenção devem ser aprimoradas.

    “Quando a gente pensa em sistema de alerta, não é só a sirene que faz parte, a gente tem que pensar também nas rotas de fuga. Então se a população ao sair tinha que pegar uma rota que estava sendo impedida por causa de um fluxo muito intenso, tem que se pensar em outras rotas de fuga”, explicou.

    Dois dias antes das fortes chuvas atingirem a região, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) chegou a emitir um alerta de “evento meteorológico muito intenso”

    Barreto explicou que, em locais como Petropólis, especialistas determinam graus de risco de deslizamento a partir das condições do momento. Segundo ele, “fazendo uma reavaliação desse grau de risco agora, dá tempo, não sei se todos os setores, mas grande parte dos setores a gente deveria ter a população sendo reassentada para um abrigo emergencial, pelo menos nesse período mais crítico”.

    O geotécnico afirmou ainda que o conhecimento técnico pode ser aliado aos saberes populares em relação à áreas de risco. “Nós, quando estamos no lugar de gestor, temos que levar em consideração esse conhecimento, esse saber da população”, defendeu.

    A longo prazo, Barreto avalia que mudanças estruturais devem ser promovidas para garantir que desastres como este não se repitam – em 2011 a população da Região Serrana fluminense também foi castigada por fortes chuvas, em uma tragédia que deixou mais de 900 mortes.

    “A gente tem que repensar mesmo, profundamente, as cidades, reassentar essa população, porque a execução de obras de engenharia é inviável. A gente continua fazendo, mas não tem como contemplar todos”, disse.

    *Sob supervisão de Layane Serrano