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    Petrópolis (RJ) tem condições para mais chuva nesta sexta-feira

    Típico do verão, corredor de umidade que vem do sul da Amazônia favorece chuva frequente e volumosa do Norte ao Sudeste

    Léo Lopesda CNN

    A cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, pode sofrer com mais chuvas ao longo deste final de semana. O município, que já registrou ao menos 120 mortos em decorrências das tempestades, amanheceu nesta sexta-feira com áreas de instabilidade e chances de mais chuvas.

    O motivo dessas chuvas segue sendo um corredor de umidade que vem desde o sul da Amazônia até o litoral sudestino – a chamada Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Esse fenômeno favorece que o tempo fique bastante instável, com risco de chuvas fortes acompanhadas de raios e rajadas de vento.

    “Um novo episódio de ZCAS se organizou e vai manter as condições de chuva e muitas nuvens sobre o estado do Rio de Janeiro até o domingo, 20 de fevereiro”, afirmou a Climatempo.

    A Climatempo alerta que o volume de chuva nesta sexta (18) pode superar os 100 mm, e há risco de “formação de pontos de alagamento, transbordamento de rios e córregos e deslizamentos de terra”.

    De acordo com a instituição, o que trouxe as chuvas fortes de volta a Petrópolis foi um dos núcleos de instabilidade formados pela ZCAS, que avançou durante a tarde de quinta (17) rumo à região serrana do Rio.

    “Tragédia pode estar apenas começando”

    Para o professor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP) Pedro Cortês, “infelizmente essa tragédia pode estar apenas começando”.

    Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (17), o especialista alertou para a previsão do aumento de chuvas na região neste final de semana. “Deveria ter uma ação forte do pode público de retirar essas pessoas para evitar que elas venham a morrer, porque novos deslizamentos poderão ocorrer em função dessas chuvas”, avaliou.

    O professor considera que a tragédia de Petrópolis é até mesmo pior do que a ocorrência de um terremoto, já que na região serrana do Rio, “a situação permanece em função da ocorrência de novas chuvas e da dificuldade em remover essas pessoas que estão em situação de risco”.

    De acordo com Cortês, trata-se de um “desastre anunciado”, pois “uma semana antes já se sabia que a região teria chuvas intensas”. Embora o volume exato da chuva não pudesse ser previsto, o professor afirmou que medidas emergenciais poderiam ter sido tomadas também em função de um levantamento realizado em 2017 que apontou a existência de mais de 15 mil residências em áreas de risco alto e muito alto para deslizamento de terras.

    * Layane Serrano e Vinícius Tadeu, da CNN, contribuíram para esta reportagem

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