Pesquisadores do Paraná descobrem o mais antigo registro de araucárias em pinturas rupestres
Desenhos podem ter sido feitos há cerca de 4 mil anos por povos indígenas
Pesquisadores da Universidade Federal de Ponta Grossa e da Universidade Federal do Paraná publicaram um artigo científico, no qual relatam o encontro de pinturas rupestres realizadas há cerca de 4 mil anos. Os desenhos, que retratam araucárias, estavam localizados na cidade de Piraí do Sul (PR).
A descoberta aconteceu em 2021, no interior de uma propriedade privada na zona rural da cidade. A publicação do artigo aconteceu neste mês.
De acordo com os estudiosos, este é o primeiro registro de representações da árvore tradicional da vegetação do sul do Brasil. As pinturas retratam 13 araucárias e 20 antropomorfos, nome que se dá à representação estilizada da figura humana. Os autores concluíram que as imagens foram produzidas por indígenas originários pertencentes aos povos Jê.
Os pesquisadores acreditam que as informações trazidas pelos novos achados “contribuirão para a compreensão da arqueologia regional, a reconstrução histórica e a (re)interpretação da dinâmica de organização socioespacial e cultural dessas populações indígenas”.
Apesar de certa deterioração por causa da exposição aos agentes naturais por tanto tempo, as representações estavam muito detalhadas e semelhantes aos aspectos típicos das araucárias, o que é inédito se comprada a outros achados rupestres da mesma região.
Araucária
A araucária é uma árvore típica da região sul do país, que pode atingir altura entre 20 e 50 metros. Quando madura, a copa possui um formato peculiar, pois o tronco cresce em linha reta e a ramificação acontece apenas em seu topo, de forma horizontal, formando diversos andares de copa. As fêmeas da araucária produzem a pinha.
Segundo a Embrapa, em função do uso indiscriminado no passado para extração da madeira e do pinhão, ela está atualmente incluída na lista de espécies em extinção.