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    Pesquisadores catalogam 104 novas espécies de peixes no Pantanal

    Cientistas ampliaram em 40% o número de espécies conhecidas do bioma

    O peixe Ptelorolebias phasianus, catalogado pelos técnicos do Imasul
    O peixe Ptelorolebias phasianus, catalogado pelos técnicos do Imasul Foto: Divulgação/Imasul (11.nov.2020)

    Pedro Teodoro*, da CNN

    Pesquisadores do Laboratório de Ictiologia do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) catalogaram 104 novas espécies de peixes no Pantanal.

    O processo de descoberta é desenvolvido há quatro anos e faz parte de um projeto que visa atualizar o inventário ictiológico —ou seja, de estudo dos peixes— da Bacia do Alto Paraguai, onde está localizado o bioma.  

    Nesse período, as equipes técnicas do laboratório realizaram 51 expedições para coleta de amostras. Os peixes são conservados em formol e após todas as informações são catalogados e enviados para o Laboratório da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).  

    Os pesquisadores também ampliaram em 40% o número de espécies até então conhecidas na região do Pantanal. “Algumas espécies são novas para a ciência, em teoria só ocorrem aqui. Diferente de tudo que a gente já viu”, assegura um dos coordenadores do projeto, Heriberto Gimenes Júnior. 

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    Cada expedição de pesquisa envolve, no mínimo, três técnicos e demora em média uma semana. Com o uso de redes, tarrafas, armadilhas e até mergulho eles fazem a captura das amostras, que vão para recipientes em formol. Ao perceberem que se trata de uma nova espécie, inicia-se uma outra etapa de pesquisa para levantar todas as informações relativas a ela. 

    As amostras passam por um levantamento em que se determinam todas as informações da espécie como cor, tamanho, quantidade de nadadeira e outras características para facilitar na identificação o indivíduo. Essas informações farão parte de uma publicação estimada em 600 páginas que deve ficar pronta até o fim do ano. “Estamos fazendo uma força tarefa para conseguir finalizar tudo e publicar o inventário em dezembro”, afirma Heriberto. 

    Conhecido por seus estudos científicos, o laboratório de Ictiologia do Imasul abriga mais de 7.500 peixes e 220 espécies. Em outubro de 2019, por exemplo, o Imasul realizou o primeiro registro de reprodução da espécie de peixe cascudo-viola em todo o mundo. O animal integra uma lista com 25 espécies ameaçadas de extinção no Cerrado e no Pantanal que são contempladas em um plano de ação nacional para conservação. 

    (*Sob supervisão de Ludmilla Candal)