Passageiro de táxi morto por policiais no RN é enterrado no interior de SP
Walmor de Almeida Belotti, de 44 anos, foi baleado na última sexta-feira (5); motorista e esposa da vítima não se feriram
O passageiro de um táxi, que morreu na última sexta-feira (5), após ser baleado por policiais militares no Rio Grande do Norte, foi enterrado nesta terça-feira (9), em Bauru, cidade do interior paulista. Walmor de Almeida Belotti, de 44 anos, estava acompanhado de sua esposa quando o veículo foi alvejado.
Segundo a Polícia Militar (PM), os agentes foram notificados na quinta-feira (4), às 21h, sobre o roubo de um carro em João Pessoa, na Paraíba, que se deslocava pelo Rio Grande do Norte.
O automóvel foi localizado pela equipe na cidade de Goianinha (RN), onde houve os disparos.
A CNN teve acesso ao boletim de ocorrência do caso. No documento, os oficiais alegam que sinalizaram ordem de parada, o que, ainda de acordo com o boletim, não aconteceu. Em seguida, teriam revidado depois de ouvir barulho de disparos.
A família da vítima contesta a versão policial. Vanessa de Almeida Belotti, irmã de Walmor, informou que ele contratou o táxi para ir de um shopping em João Pessoa (PB) até Pipa (RN), junto com a esposa.
Segundo Vanessa, o taxista avisou o dono do carro, que era alugado e rastreável, sobre a rota da viagem. A equipe de rastreamento, porém, teria estranhado o caminho e contatado a polícia assim que o automóvel saiu do estado.
Vanessa explica que os policiais não sinalizaram a parada, nem chegaram a acionar a sirene, apenas iniciaram os disparos.
Em meio aos tiros, o taxista parou o veículo em um posto de gasolina. Neste momento, os agentes fizeram a abordagem e perceberam que Walmor estava ferido.
Ele foi atingido pelas costas no quadril, após tentar proteger a esposa com o próprio corpo. Ela e o motorista não se feriram.
Belotti foi levado até uma unidade de saúde local e depois transferido para o Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim (RN).
No centro cirúrgico, os médicos constataram lesão em uma artéria, mas não conseguiram estancar o sangramento.
A vítima ficaria em coma induzido por 48 horas à espera de uma melhora no quadro para que um novo procedimento pudesse ser realizado.
Walmor faleceu horas depois, na sexta-feira, dia do seu aniversário.
Em nota, a PM afirma que está investigando a ocorrência e trabalhando na coleta dos depoimentos dos envolvidos.
A irmã conta que Walmor trabalhou a vida inteira no ramo da hotelaria e iria inaugurar hoje (10) a sua própria pousada, comprada em dezembro do ano passado.