Papa canoniza beato por milagre em missão com Yanomamis
José Allamano foi glorificado por curar indígena que teve crânio aberto por onça
O papa Francisco canonizou o Beato José Allamano neste domingo (20), no Vaticano. Ele foi glorificado por sua atuação com a comunidade Yanomami, e por milagre que curou indígena.
Durante a celebração Eucarística no ultimo domingo, Francisco canonizou 15 novos santos por, de acordo ele, “viveram o estilo de Jesus: o serviço”. Entre eles, José Allamano foi destacado pelo pontífice, dando-lhe graça pela “atenção às populações mais frágeis e vulneráveis”.
De acordo com informações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Francisco apelou para que autoridades brasileiras garantam a proteção desse povo.
“Penso em particular no povo Yanomami, da floresta amazônica brasileira, entre cujos membros ocorreu o milagre ligado à canonização de hoje. Apelo às autoridades políticas e civis para que garantam a proteção destes povos e dos seus direitos fundamentais e contra qualquer forma de exploração da sua dignidade e dos seus territórios”, disse o papa.
Além de Allamano, 14 novos santos foram proclamados, na mesma cerimônia, pela autoridade máxima da Igreja Católica, no Dia Mundial das Missões. São eles: o Irmão Manuel Ruiz Lopez e sete companheiros, Francisco, Mooti y Rafael Massabki, José Allamano, Irmã Paradis Marie Leonie e a Irmã Elena Guerra, que, segundo o Santo Padre, “viveram o estilo de Jesus: o serviço”.
Curou Yanomami com crânio aberto por onça
Missionários italianos chegaram ao Brasil em 1965 para uma missão junto ao povo Yanomami, perto da fronteira entre Brasil e Venezuela, na região de Catrimani. A missão Catrimani se tornou uma dos grande projetos da igreja católia, sendo um projeto destacado como um dos mais importantes pela CNBB, que considera a diocese da região é a “mais indígena do Brasil”.
Nessa jornada que atravessa décadas, José Allamano se tornou uma história de destaque, entre tantos outros missionários. Em 7 de fevereiro de 1996, o Beato Allamano intercedeu em favor do indígena Yanomami Sorino, que vivia na Missão Catrimani.
A cura milagrosa do indígena, de acordo com a CNBB, se deu em momento que a medicina tradicional e a ciência médica só podiam esperar sua morte, depois de ter sido atacado por uma onça, que abriu seu crânio.
A Igreja aponta a sobrevivência de Sorino ao fruto da oração fervorosa das Irmãs Missionárias da Consolata, pedindo a intercessão de seu fundador, o Beato José Allamano, no primeiro dia da novena dedicada a ele.
Veja imagem de Sorino.