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    Palavra que define prisão domiciliar de Queiroz é ‘seletividade’, diz jurista

    Lenio Streck relembra que milhares de pessoas no Brasil estão presas porque fugiram da polícia, situação da esposa do policial reformado, também beneficiada

    Da CNN, em São Paulo

    Para o jurista Lênio Streck, a decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, de conceder prisão domiciliar ao policial reformado Fabrício Queiroz e à mulher deste, Márcia Aguiar, foi “seletiva”.

    “A palavra chave nesse caso é seletividade. Esse caso teve um tratamento diferenciado que estranha a comunidade jurídica. A decisão isoladamente não está errada, mas fica estranha no conjunto da obra”, afirma Streck em entrevista à CNN.

    Noronha concedeu a domiciliar a Queiroz alegando o estado de saúde do ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que se recupera de um câncer. Para estender a domiciliar a Márcia Aguiar, o presidente do STJ alegou que a esposa do policial, que está foragida da Justiça, deveria estar junto com o martido para acompanhar o tratamento.

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    Na visão de Streck, esse é um argumento moral, mas não jurídico.

    “O motivo da prisão domiciliar seria para cuidar dele. Isso não é uma motivação jurídica, é uma decisão é político-moral. O desembargador do caso disse que decidiu pela consciência. A constituição existe para que o tratamento não seja pessoal ou político.”

    Ele ainda relembra que milhares de pessoas no Brasil estão presas porque fugiram da polícia, voltando a ressaltar a seletividade do caso.

    (Edição: Guilherme Venaglia)

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