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    Pais denunciam racismo sofrido por filho em escola de Osasco

    Segundo Fernando e Aline Gabriel, criança de 7 anos vem sofrendo isolamento e racismo estrutural na instituição

    Fernando Gabriel e Aline Gabriel contam que o filho de 7 anos é vítima de racismo na escola
    Fernando Gabriel e Aline Gabriel contam que o filho de 7 anos é vítima de racismo na escola Reprodução/Instagram

    Dayres Vitoriada CNN

    em São Paulo

    Fernando Gabriel e Aline Gabriel, pais de uma criança de 7 anos, usaram as redes sociais, nesta semana, para denunciar que o filho enfrenta racismo desde o início do ano letivo.

    Segundo o casal, o jovem tem sofrido isolamento e racismo estrutural na escola em que estuda, a Fundação Instituto Tecnológico de Osasco, localizada no Jardim das Flores, em Osasco (SP).

    A criança está na primeira série do ensino fundamental e é o único aluno preto na sala de aula, segundo o relato dos pais. O pai alega que desde que o filho entrou na escola, ele vem lidando com situações de isolamento por parte de professores e demais alunos.

    No relato publicado nas redes, Fernando expôs que, na agenda do filho, a professora constantemente alegava que o menino possui problemas psicológicos e cognitivos.

    Após as mensagens da professora, Fernando contratou uma psicóloga comportamental para acompanhamento do menino na escola. No primeiro dia, a profissional contratada teria presenciado o isolamento sofrido pela criança, promovido por educadores e demais alunos.

    “Todas as brincadeiras que existiam, meu filho estava sempre isolado. Meu filho mais velho também sempre via ele isolado na escola, sozinho no pátio. Os alunos excluíam, e a professora também não tinha nenhum trabalho de inclusão”, contou o pai.

    Após o acompanhamento, a psicóloga emitiu um laudo afirmando que a criança não tem nenhum problema psicológico e que, na realidade, ela seria apenas excluída do resto da turma.

    Danos causados

    A mãe da criança, ainda em depoimento, contou que a criança, após iniciar os estudos na unidade escolar, passou a fazer questionamentos em relação à cor de sua pele a todo momento. O menino também diz não querer mais estudar em colégio de “branco”.

    “A autoestima do meu filho hoje não existe, meu filho hoje ele se sente preterido de tudo, ele se questiona em relação à cor dele. Diz que não quer estudar em colégio de branco porque nenhum branco gosta dele”, compartilhou a mãe.

    Fernando, o pai, afirma que a escola não possui nenhum tipo de preparo para cuidar de crianças pretas na primeira série. O casal informou que chegou a realizar uma reunião com a direção da escola.

    Os pais de Pedro afirmaram, por meio de nota, que estão tomando as devidas providências junto ao poder público. O casal também diz que fará de tudo o que estiver ao alcance para que aqueles que, direta ou indiretamente, permitiram a situação e negligenciaram o racismo estrutural possam ser devidamente responsabilizados.

    O que dizem os responsáveis

    Em nota, a Fundação Instituto Tecnológico de Osasco informou que entrou em contato com a família do aluno e que apura o ocorrido. A unidade também repudiou o caso de racismo relatado.

    “A Fundação repudia veementemente qualquer ato de racismo ou conduta discriminatória em nossa escola, e reforça o seu compromisso em combater com todo rigor qualquer suspeita ou indício deste tipo de conduta”, diz a nota.

    O prefeito de Osasco, Rogério Lins, também se manifestou sobre o caso. Ele informou, por meio de suas redes sociais, que esteve no último domingo (12) na casa da família para entender o que se passou com a criança.

    “Estive na casa do casal Fernando e Aline, tive a oportunidade de conversar com eles, com a família e coloquei todo o nosso governo à disposição para fazer a apuração necessária e tomar as providências cabíveis”, afirmou o prefeito.

    A Secretaria de Educação de Osasco se pronunciou informando que a professora e a coordenadora denunciadas já foram afastadas. A Secretaria também alegou  não compactuar com comportamentos de exclusão.

    *Sob supervisão de Marcos Rosendo