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    Pai de santo é condenado por abusar de 5 mulheres em São Paulo

    Vítimas dizem que terreiro segue aberto e que o pai de santo Laércio José de Oliveira ainda frequenta o local

    Rafael Villarroelda CNN , São Paulo

    O pai de santo Laércio José de Oliveira foi condenado pela Justiça de São Paulo a 3 anos, 1 mês e 10 dias de prisão pelos crimes de importunação sexual contra cinco mulheres, praticados em um terreiro na Zona Leste da capital.

    Apesar do ocorrido, a defesa das vítimas informou à CNN que o local segue funcionando normalmente.

    Ainda segundo as vítimas, que moram na região e conhecem a vizinhança, Laércio continua frequentando o local durante as reuniões, apesar de estar foragido.

    A CNN ainda teve acesso a uma parte do inquérito, que está em segredo de Justiça, onde a 3ª Vara Criminal de São Paulo julgou procedente a denúncia apresentada, condenando assim o acusado.

    Segundo informações, entre os processos, há um que corre em separado. Neste, a vítima alega ter sido abusada por Laércio desde a infância.

    Por telefone, o advogado Gabriel Calze, que representa as vítimas, declarou que suas clientes “têm fé” na prisão do pai de santo, assim como sentem “que a Justiça ainda não foi feita por completo”, tendo em vista que Laércio está foragido.

    Sobre o modo em que o pai de santo agia, Calze diz que o criminoso sempre repetia a mesma maneira, de forma quase que em série.

    “O que se fala, o que se faz e o resultado, é quase que sempre o mesmo, né? E colocando as vítimas sempre nessa posição de aprendizes, de ouvintes ali da palavra do líder. E ele se utiliza dessa posição. E terminava sempre levando elas para ambientes em que ficavam só os dois para perpetrar esses crimes sexuais”, afirmou.

    Sobre o processo de investigação em casos como esse, a defesa enviou a seguinte nota:

    “A credibilidade e coerência destes depoimentos foram essenciais para estabelecer a verdade dos fatos, demonstrando a importância da voz das vítimas em casos tão delicados, onde muitas vezes as evidências materiais são escassas ou inexistentes.”, afirmou.

    “Além disso, a sentença da 3ª Vara Criminal de São Paulo ressalta a importância de um judiciário que escuta e valida as narrativas das vítimas de violência sexual. Em um contexto no qual essas vítimas frequentemente enfrentam desafios adicionais para serem ouvidas e acreditadas, a decisão reforça a necessidade de um tratamento humanizado e sensível por parte das autoridades judiciais”, declarou.

    No dia 12 de setembro do ano passado, após pedido do Ministério Público, a Justiça decretou a prisão preventiva de Laércio. No entanto, ele segue foragido desde estão.

    Em nota, o MP declarou que o caso segue em segredo de Justiça, e que “pleiteou pena substancialmente maior e já apelou da sentença na própria audiência, visando o aumento da pena de prisão”.

    Já a Secretaria de Segurança Pública afirmou que o caso segue sendo investigado pela 5ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e que equipes realizam diligências para capturar o autor dos crimes. Assim como diligências para esclarecer os fatos.

    Os abusos teriam ocorrido entre 2020 e 2022, em dois terreiros da Zona Leste. Ao longo dos dois anos, pelo menos oito mulheres denunciaram Laércio. Entre elas, uma menor de idade.

    Segundo as vítimas, o abusador dizia ser necessário realizar uma limpeza espiritual e, para que isso acontecesse, era necessário que tivessem relações sexuais com ele.

    À época dos fatos, os advogados Andreia Gomes Fonseca e Rafael Breim – disseram que o réu acompanhou toda a investigação, comparecendo aos atos em que foi convocado, inclusive indicando testemunhas para serem ouvidas.

    No inquérito, a Polícia Civil, ao pedir a prisão preventiva, alegou que o réu, na condição de líder espiritual, abusava sexualmente das vítimas que o procuravam para pedir ajuda.

    Até a publicação desta reportagem, a CNN entrou em contato com a defesa de Laércio José de Oliveira, mas não obteve retorno.

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