Paes negocia com gestão Bolsonaro reativação de Parque Olímpico do Rio
Ideia prevê a reabertura de áreas inativas do Parque Olímpico, que fica na região da Barra da Tijuca, na zona Oeste da cidade
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), vai anunciar nesta semana a reativação do plano de ‘legado olímpico‘ que deixou quando saiu do cargo em 2016. A ideia prevê a reabertura de áreas inativas do Parque Olímpico, que fica na região da Barra da Tijuca, na zona Oeste da cidade.
A intenção esbarra em um problema territorial e de gestão: boa parte da área do Parque é de responsabilidade do governo federal. Isso inclui as arenas 1 e 2, o velódromo e o centro de tênis. A negociação entre a prefeitura do Rio e o governo Bolsonaro é justamente para aproveitar melhor essas áreas. O Parque Olímpico foi inclusive usado pelo presidente Jair Bolsonaro no pouso com as aeronaves da FAB quando ele esteve no Rio de Janeiro para o passeio com motociclistas. Já a arena 3 e a conservação do parque são de responsabilidade da prefeitura do Rio.
Outro plano de Paes era desmontar a área chamada de “Arena do Futuro” para usar a estrutura na montagem de escolas. Isso tinha sido anunciado antes mesmo dos jogos de 2016 e, cinco anos depois, será colocado em prática. Uma licitação aberta em junho terá o resultado anunciado nesta sexta-feira (23). A empresa que ganhar a licitação vai precisar usar o material que serviu para montar quadras, vestiários e arquibancadas para os jogos de handball e as disputas da natação pra construir escolas em quatro bairros da zona Oeste: Rio das Pedras, Santa Cruz, Bangu e Campo Grande. Cada uma terá dez salas de aula e atividades, com capacidades para ate 245 alunos.
As duas piscinas olímpicas também serão aproveitadas. Uma pode ser instalada em Maricá, a outra ainda não tem destino definido. As duas já foram desmontadas.
A área onde hoje estão ainda montadas as quadras do handball e as piscinas tem como proprietários empresas privadas, que poderão usar o local depois da desmontagem para exploração comercial, como a construção de shoppings e hotéis. Nos últimos 10 anos, a região tem tido intenso desenvolvimento urbano, com a chegada de hotéis, mercados e empreendimentos para classes mais altas.
O plano de reativação do Parque Olímpico leva em consideração uma possível ampliação de atividades que já estão sendo realizadas na arena 3, como aulas de basquete, futsal, vôlei, jiu-jitsu, karatê e outras modalidades, que, segundo a prefeitura, atendem pouco mais de 800 pessoas.
Outra estratégia da atual gestão tem sido os acordos setoriais. Por meio de uma parceria com a Confederação Brasileira de Canoagem, a prefeitura liberou parte do parque para o treinamento dos atletas da seleção brasileiras e aulas de canoagem para a população. A gestão Paes também assinou com a Federação de Ciclismo um protocolo com a intenção de recuperar a pista de bicicross.