Oportunidades educacionais aumentaram 3,5% em 2021, segundo índice
À CNN Rádio, a diretora-presidente da Comunidade Educativa contou que nove em cada dez municípios avançaram nas condições da educação para crianças e jovens
O Índice de Oportunidades da Educação Brasileira (Ioeb) 2021 registrou um aumento de 3,5% em relação ao último levantamento, referente ao ano de 2019.
A pesquisa também mostrou que nove em cada dez municípios (93%) avançaram na oferta de oportunidades educacionais – que são as iniciativas que os municípios e estados brasileiros oferecem para garantir melhores condições na educação de crianças e jovens.
O Ioeb 2021 foi calculado com base nos dados do IBGE 2010, do Censo Escolar 2019 e do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2019.
“Essas oportunidades são inúmeras, o que o índice busca mostrar é o esforço da política pública em relação à educação no país. As oportunidades podem vir das famílias, comunidade, da escola, basta a gente aprender a usufruir quando elas se apresentam”, avaliou a diretora-presidente da Comunidade Educativa (Cedac), Tereza Perez, à CNN Rádio.
Ela afirmou que o resultado é positivo, mas lembrou que a pesquisa foi feita com dados de antes da pandemia. “Tem uma melhora, mas apresenta uma tendência de estabilização num patamar muito insuficiente ainda. Em um pós pandemia, certamente esse esforço nosso precisa aumentar muitíssimo”, disse.
De acordo com Perez, entre os investimentos que precisam ser feitos está a formação de professores e gestores.
“Eles têm uma possibilidade de transformação do clima escolar muito grande, fazendo uma gestão mais democrática, participativa. O investimento na formação, no financiamento precisa ser super garantido, assim como o acesso à tecnologia. Todo mundo precisa ter acesso à internet e aos equipamentos também”, explicou.
Na região nordeste, todos os estados apresentaram aumento de oportunidades. Para a diretora-presidente da Cedac, esse resultado foi possível graças à continuidade de políticas públicas. “Mudou o governo, mas a política educacional continuou. Isso garantiu e garante que as conquistas sejam acumulativas”, ressaltou Tereza Perez.
“O que a gente vê em vários lugares é que, quando há uma ruptura da política pública, a ruptura de aprendizagem com crianças ocorre junto. São coisas vinculadas, a gente vive um ecossistema complexo e está tudo conectado. As políticas precisam ter continuidade e o Nordeste foi um exemplo disso ao longo dos últimos anos, por isso um avanço tão grande”, completou.
*Com produção de Isabel Campos