Operação no Rio é ‘desastre’ em termos de inteligência, diz ex-ministro
'Isso se transformou em guerra, e a guerra se tornou uma chacina. 25 vidas perdidas e nenhuma melhora na segurança do Rio de Janeiro', avalia Jungmann
Ao analisar a operação policial no Rio de Janeiro que deixou ao menos 25 mortos e cinco feridos, Raul Jungmann, ex-ministro da Defesa e da Segurança Pública do governo Temer, classificou a ação da Polícia Civil do Rio de Janeiro como um “desastre”.
A ação policial foi a mais letal da história do Rio de Janeiro entre operações oficiais.
“Essa operação foi um desastre em termos de inteligência. Não sei se existia coordenação e comando. O número de homens não era adequado e você teve no início da ação a morte de um policial, infelizmente. Em seguida isso se transformou em guerra, e a guerra se tornou uma chacina. Vinte e cinco vidas perdidas e nenhuma melhora na segurança do Rio de Janeiro.”
Quando questionado sobre o que piorou no Rio de Janeiro desde o final de sua gestão em 2018, Jungmann disse que o problema da cidade é que “nada mudou”, relatando que milícias controlam mais da metade do território da capital fluminense.
“O que piorou é que nada mudou. O Rio vive uma metástase onde as milícias controlam 57% do território da cidade e um terço da população, além de ter aliança com parte da política. Sem um plano a longo prazo e sem apoio do governo federal, uma força tarefa que junte Ministério Público Federal, justiça e Polícia Federal e um pacto político entre o governador do Rio de Janeiro e o presidente, nós não vamos sair dessa situação, que vai piorar dia a dia.”