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    Operação da PF mira em grupo que lucrou R$ 30 milhões com extração ilegal de ouro

    Alvos faziam a intermediação entre quem extrai e quem compra ouro ilegalmente

    Elijonas Maiada CNN

    A Polícia Federal (PF) deflagrou mais uma operação contra o garimpo ilegal de ouro no Território Yanomami na manhã desta terça-feira (25). O inquérito aponta que o grupo alvo de hoje teria movimentado mais de R$ 30 milhões em 4 anos, e, por meio de empresas de fachada ou com atividades regulares sem relação com a mineração, teriam recebido valores de diversos estados do país.

    São cumpridos oito mandados de busca e apreensão nas casas dos investigados, além do bloqueio de bens. Nesta fase, não há prisão.

    A PF busca elementos comprobatórios para o inquérito e, ao final, pode-se pedir a prisão dos investigados.

    As investigações tiveram início após garimpeiros ilegais serem presos pelo Exército em 2020 no Território Yanomami e conduzidos à PF, que reportou que, em depoimentos, os investigados informaram para quem vendiam o ouro extraído da área ilegalmente.

    A operação de hoje, batizada de Ponte de Ouro, investiga suspeitos de intermediar a compra do ouro, as chamadas “pontes”. Para evitarem levantar suspeitas, as investigações apontam que os envolvidos buscavam sacar os grandes valores de forma fracionada.

    Em 27 de março, a CNN publicou uma matéria em que mostra que o ouro também é usado como moeda de troca e transporte por aliciadores de mulheres para exploração sexual.

    De acordo com a delegada Marianne Rodrigues, os aliciadores cobram em ouro a viagem para transportar as adolescentes, o que gera uma dívida inicial de cerca de R$ 3 mil.

    “Elas não sabem disso. Já chegam no garimpo endividadas e precisam trabalhar para pagar”, detalhou a investigadora à CNN, em março.

    Rigor na fiscalização

    A CNN também divulgou, nesta terça-feira (25), que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, assinou a medida provisória conhecida como “MP do Ouro”, que pretende aumentar as normas e controle de origem, compra, venda e transporte do ouro em todo território nacional.

    Entre os principais objetos da MP do Ouro, a qual a reportagem teve acesso, estão o “estrangulamento das atividades de esquentamento do ouro ilegal extraído de territórios indígenas e das unidades de conservação” e o “fechamento das brechas legislativas utilizadas para burlar o controle de fiscalização do governo sobre a cadeia do ouro”.

    O documento será enviado à Casa Civil, que seguirá para ser assinado pela Presidência da República e, na sequência, encaminhado ao Congresso.

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