Operação contra “gatonet” mira quadrilha de envolvidos na morte de Marielle Franco
Três pessoas foram presas apontadas como integrantes do esquema liderado por Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, e Ronnie Lessa.
Três pessoas foram presas, nesta terça-feira (12), pelo crime de organização criminosa voltada à exploração clandestina de atividades de telecomunicação, televisão e internet, o chamado “GatoNet”, na Zona Norte do Rio. As investigações mostram que o esquema era comandado por Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, e Ronnie Lessa, denunciados na primeira fase da operação.
Os dois estão presos por envolvimento na morte da veradora Marielle Franco (PSOL) e do motorista dela, Anderson Gomes, em 2018. Suel é apontado como o responsável por monitorar a rotina da vereadora e Ronnie Lessa, segundo as investigações, foi um dos autores materiais do crime.
A ação de hoje, comandada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (GAECO), faz parte da segunda fase da Operação Jammer. Também foram expedidos sete mandados de busca e apreensão.
Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa e são cumpridos em Rocha Miranda, Honório Gurgel e Irajá. A operação conta com o apoio da DC-Polinter e do 9º Batalhão de Polícia Militar (Rocha Miranda).
As investigações do GAECO/MPRJ revelaram recolhimentos de diversos pagamentos feitos pelos denunciados, repassados para Suel, e saldo de conta no valor de R$ 234.345,34.
A denúncia demonstra a relação dos criminosos com o líder da quadrilha, por meio de uma conversa na qual um deles lamenta o aumento de pena imposta a Suel pela obstrução de Justiça relacionada ao caso Marielle Franco e Anderson Gomes. Nas mensagens, Suel é tratado como “patrão” pelos acusados.
A denúncia revela ainda conversas sobre cortes no fornecimento do serviço clandestino, planilhas de “clientes” e de diversos outros temas relacionados ao dia a dia do esquema de “GatoNet”.
De acordo com o Ministério Público, na primeira fase da operação Jammer, deflagrada em agosto de 2023, foi descoberto que o dinheiro arrecadado na exploração dos serviços criminosos na Zona Norte foi utilizado para o pagamento do advogado de Élcio Queiróz. Ele é denunciado pela participação no crime que matou Marielle e Anderson.
A Jammer I revelou que o advogado de Élcio foi escolhido por Ronnie Lessa e era pago por Suel, com o dinheiro da exploração de “GatoNet”.
Suel e Ronnie estruturaram em 2018 uma “GatoNet” em Rocha Miranda, Colégio, Coelho Neto e Honório Gurgel.
Na configuração inicial da organização criminosa, Suel é descrito “dono” da “GatoNet” e Ronnie Lessa assumiu a posição de sócio-investidor, injetando dinheiro nos negócios escusos em troca de participação nos lucros.