O que se sabe sobre o ataque a creche em Blumenau
Homem de 25 anos invadiu uma creche, matou quatro crianças e feriu outras cinco nesta quarta-feira (5), em Blumenau, Santa Catarina
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Uma creche na cidade de Blumenau, em Santa Catarina, foi alvo de um ataque na manhã desta quarta-feira (5) • Divulgação/CBMSC
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Ao menos quatro crianças morreram, de acordo com a polícia • Stêvão Limana
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Suspeito foi preso, de acordo com a polícia • Reprodução
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Moradores de Blumenau consternados do lado de fora da creche • Stêvão Limana
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A ocorrência aconteceu na rua dos Caçadores, no bairro Velha, no Centro Educacional Infantil (CEI) Cantinho do Bom Pastor • Stêvão Limana
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O delegado no local disse que o ataque foi feito por um homem com um machado • Stêvão Limana
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O Hospital Santo Antônio, de Blumenau, informou à CNN por telefone que quatro crianças, com idades de até 2 anos, deram entrada no hospital e estão em atendimento • Stêvão Limana
Um homem de 25 anos invadiu uma creche, matou quatro crianças e feriu outras cinco nesta quarta-feira (5), em Blumenau, Santa Catarina.
Conforme o Corpo de Bombeiros, as vítimas fatais eram três meninos e uma menina, de 5 a 7 anos de idade. Os feridos foram levados a hospitais da região e atendidos nas unidades de urgência.
O Hospital Santo Antônio, de Blumenau, confirmou à CNN que quatro crianças feridas deram entrada no hospital: duas meninas de 5 anos e dois meninos, de 5 e 3 anos.
“Elas foram atendidas pela equipe de urgência e Emergência e as famílias estão recebendo apoio da equipe multiprofissional da instituição”, informou o hospital.
A quinta criança foi enviada para o Hospital Santa Isabel. O hospital informou à CNN que a vítima é uma menina de 5 anos, que recebeu sutura em ferimento no ombro e atendimento psicológico.
Após o ataque, o criminoso se dirigiu usando uma motocicleta até o 10º Batalhão de Polícia de Blumenau, se entregou e foi encaminhado à Polícia Civil.
A repórteres no local, o prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt, declarou que foi organizado um gabinete de crise e as aulas desta quarta foram canceladas. A Secretaria de Educação também cancelou as aulas da rede estadual.
Em coletiva de imprensa, o delegado Ulisses Gabriel, responsável pela investigação do ataque, afirmou que o autor do crime já teve quatro passagens pela polícia. Em 2016, por briga em uma casa noturna, onde foi abordado pela PM. Em 2021, em março ele esfaqueou o seu padrasto. Em 2022, em julho foi abordado e estava na posse de cocaína. No final do ano de 2022 ele quebrou um portão na casa de seu padrasto e esfaqueou um cão que estava no local.
Ataque
A Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) informou que o homem de 25 anos teria pulado o muro do Centro de Educação Infantil (CEI) Cantinho do Bom Pastor, na rua dos Caçadores, no bairro Vila Velha. Cerca de 40 crianças estariam usando o parquinho no momento da invasão.
O agressor atacou as crianças usando um machado, e assassinou quatro delas, além de ferir cinco. A princípio, as agressões aconteceram de maneira aleatória.
Professores relataram que tentaram trancar os bebês dentro de uma sala de aula para evitar que fossem atacados. Ao ver professores defendendo e chamando crianças para dentro do prédio, o criminoso pulou o muro novamente e deixou o local.
Em seguida, ele se entregou à polícia.
Segundo o governador do estado de Santa Catarina, Jorginho Mello, o homem estaria em surto psicótico.
Repercussão
O prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt, foi para o local após o ocorrido, para prestar assistência às famílias, professores, funcionários e alunos da escola.
O governador, por sua vez, se manifestou em nota oficial.
“É com enorme tristeza que recebo a lamentável notícia de que a creche particular Cantinho do Bom Pastor, em Blumenau, foi invadida por um assassino que atacou crianças e funcionários. Infelizmente quatro não resistiram e morreram”, declarou.
“Determinei imediatamente a ação das nossas forças de segurança, que já estão no local. Também decretei luto oficial de três dias. O assassino já está preso. Deixo aqui a minha total solidariedade. Que Deus conforte o coração de todas as famílias neste momento de profunda dor”, concluiu.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou sobre o ataque pelo Twitter: “Não há dor maior que a de uma família que perde seus filhos ou netos, ainda mais em um ato de violência contra crianças inocentes e indefesas.”
“Meus sentimentos e preces para as famílias das vítimas e comunidade de Blumenau diante da monstruosidade ocorrida na creche Bom Pastor”, acrescentou Lula.
“Para qualquer ser humano que tenha o sentimento cristão, uma tragédia como essa é inaceitável, um comportamento, um ato absurdo de ódio e covardia como esse”, completou.
Não há dor maior que a de uma família que perde seus filhos ou netos, ainda mais em um ato de violência contra crianças inocentes e indefesas. Meus sentimentos e preces para as famílias das vítimas e comunidade de Blumenau diante da monstruosidade ocorrida na creche Bom Pastor.
— Lula (@LulaOficial) April 5, 2023
Ataques a escolas
A violência em escolas ganhou destaque nas últimas semanas após um ataque realizado por um menor de 13 anos em uma escola em São Paulo ter vitimado uma professora de 71 anos.
O caso aconteceu por volta das 07h20 do dia 27 de março na Escola Estadual Thomazia Montoro, uma escola de ensino fundamental II, no bairro Vila Sônia.
O autor do ataque é um jovem de 13 anos, que era estudante do 8º ano nesta escola, que foi detido pela polícia.
O incidente desta quarta-feira marcou ao menos o 20º ataque em escola no Brasil desde 2002.
De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Sou da Paz no final de novembro do ano passado, desde 2002 o Brasil registrou 12 episódios de ataques com armas de fogo em escolas brasileiras.
Além disso, a CNN levantou ao menos oito episódios de violência no ambiente escolar – incluindo o desta quinta-feira – utilizando também outros tipos de arma, como facas.
Com informações de Bruno Laforé, Carolina Figueiredo, Giovanna Bronze, Laura Slobodeicov, Léo Lopes, Lucas Rocha, Stêvão Limana, Lucas Schroeder, Tiago Tortella, Evelyne Lorenzetti, Vinícius Bernardes e Bianca Camargo, da CNN.