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    O Grande Debate: Depoimento de Moro foi ‘bala de prata’ para Bolsonaro?

    Thiago Anastácio e Gisele Soares ainda abordaram a revogação da nomeação do maestro Dante Mantovani para o cargo de presidente da Funarte

    O Grande Debate da manhã desta quarta-feira (6) abordou o depoimento de Sergio Moro, que deixou o cargo no Ministério da Justiça e Segurança Pública fazendo acusações ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e prestou depoimento na Polícia Federal de Curitiba. A íntegra das declarações, obtida em primeira mão pela CNN, revelou uma mensagem importante: “Moro, você tem 27 Superintendências, eu quero apenas uma, a do Rio de Janeiro”, teria dito Bolsonaro ao ex-ministro.

    No quadro do CNN Novo Dia, os advogados Thiago Anastácio e Gisele Soares foram questionados pelo mediador, Reinaldo Gottino, sobre o impacto das declarações do ex-ministro à PF. “O depoimento de Moro foi uma ‘bala de prata’ ou não vai abalar as estruturas do Planalto?”, perguntou Gottino.

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    Gisele Soares iniciou a discussão dizendo que não se trata de uma ‘bala de prata’. “Não, não foi. O depoimento é um detalhamento da declaração que já havia sido dada pelo ex-ministro ao deixar a pasta e, posteriormente, acrescentado a uma entrevista que concedeu à Veja”, considerou ela.

    “Moro toma o cuidado de fazer ressalva de que está narrando fatos, mas que eles não imputam, naquele momento, nenhum crime ao presidente. Ele traz fatos, que trazem indícios que, futuramente atrelados a outros atos do presidente, poderiam, em tese, configurar crime. Li a íntegra e não encontrei nenhum elemento bombástico que pudesse configurar essa ‘bala de prata’, acrescentou.

    Para Thiago Anastácio, o depoimento de Moro “é complexo” e “traz informações muito relevantes”, principalmente sobre a alegada conversa com os ministros Braga Netto, da Casa Civil, e Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) – que foram convocados pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), junto do ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, para prestar depoimento no caso. Thiago acredita que “a tal ‘bala de prata’ deve ser forjada do choque entre a versão de Moro e as provas materiais”. “Quem vai atingir, eu não sei – e nem sequer se atingirá alguém”, completou.

    Revogação na Funarte

    Gisele Soares e Thiago Anastácio ainda avaliaram a revogação da nomeação de Dante Mantovani para o cargo de presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte). Exonerado em março com a chegada de Regina Duarte à Secretaria Especial de Cultura, Mantovani havia sido reconduzido ao cargo na manhã de terça-feira (5), o que gerou um clima de fritura da secretária especial, como explicou a analista de política Basília Rodrigues, da CNN.

    Um áudio divulgado pela revista Crusóe e reproduzido pela CNN, na tarde de terça-feira (5), trazia a atriz dizendo acreditar que está sendo dispensada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). À tarde, a nomeação de Dante foi revogada foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União. Regina Duarte e Bolsonaro irão se reunir nesta quarta (6). 

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    Sobre a trama, Thiago Anastácio elogiou a decisão sobre a revogação. “Parece que o bom senso volta a se instalar nesse período”, disse ele, que também criticou o vai e vem de nomeações. “O Diário Oficial [da União] se torna praticamente uma conversa de botequim. Nomeia-se e depois torna sem efeito. Isso já aconteceu algumas outras vezes nesse governo enquanto o que precisamos nesse momento é de grande seriedade, porque estamos no meio de uma pandemia e para nos tornar o pico pandêmico mundial dessa doença”, acrescentou. 

    Gisele Soares também viu como positiva a revogação e ressaltou a rapidez da mudança. “Que bom que, mais uma vez, o governo federal veio com a solução no mesmo dia em que há uma polêmica por causa de publicação no Diário Oficial”, disse ela, que cobrou que seja nomeado, em breve, o novo presidente da Funarte. “É realmente extremamente importante que seja escolhido um nome para ser presidente da Funarte, que é revelante, especialmente, nesse momento que enfrentamos. As artes trazem alento e esperança, que é o que precisamos em tempos de pandemia”, afirmou.

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